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OPINIÃO

Mauro comenta veto a público na Bahia: "bem feito para os outros 18 clubes"

Do UOL, em São Paulo

28/09/2021 12h54

A expectativa pela volta do público na Série A do Campeonato Brasileiro foi freada ontem (27), depois que o governo do estado da Bahia vetou a liberação neste momento, o que deixa em aberto a definição sobre como será o retorno dos torcedores, já que os clubes haviam se comprometido que só haveria torcedores novamente nos estádios pela competição quando fosse possível para os 20 que disputam a competição — definição que teve o Flamengo contrário.

No UOL News Esporte, Mauro Cezar Pereira afirma que o veto do governo da Bahia acaba sendo um castigo aos demais clubes que se colocaram contrários quando o Flamengo conseguiu uma liminar e quis a volta de público no Maracanã, independentemente de outros clubes não terem a mesma possibilidade. O jornalista também afirma que nem faz mais sentido haver a reunião entre os clubes na CBF se não for possível o retorno para todos os 20 clubes.

"É bem feito para os outros 18, porque essa ideia, eu venho falando há algum tempo, é absurda e era evidente que isso poderia cair no colo de um político, de um prefeito ou um governador que falasse 'aqui não', tendo ou não motivos para isso, não estou nem aqui questionando as razões do governador da Bahia. Eu sei que muita gente que não sabia o nome do governador da Bahia, agora sabe, então tem isso também. Tendo ou não motivos, era evidente que essa bola iria quicar e alguém iria falar 'ela é minha'. Se eles falaram tanto em isonomia, falaram volta todo mundo ou não volta ninguém, essa reunião não faz nem sentido", diz Mauro.

"Eu não concordo com os métodos do Flamengo, não foi à reunião, foi na marra, deveria ter ido à reunião, argumentado, discutido e colocado as suas ideias, a sua estratégia, o seu protocolo para os seus pares ali na Série A. Então eu não concordo com o método, mas acho que é legítimo sim, era, no caso, um clube querer botar público no seu jogo e acho que os outros deveriam lutar da mesma forma por isso, dentro dos seus estados e as suas cidades", completa.

O jornalista afirma que o futebol acaba também dando visibilidade a políticos e com a definição dos clubes de esperar a autorização em todos os estados com clubes na Série A, o governante que se colocasse em posição contrária, ganharia evidência.

"O futebol vive uma situação muito peculiar, talvez pela visibilidade que ele proporciona, que você tem público em várias situações, aqui em São Paulo o governador só autorizou agora, queria só em novembro e agora autorizou para outubro, mas há poucas semanas ele estava participando em um palanque, pulando, dançando, com várias pessoas amontoadas em uma manifestação contra o governo federal", diz Mauro.

"Na verdade, acho que a grande preocupação de muitos dirigentes era que um clube, no caso o Flamengo, não tivesse público. Muito maior do que a preocupação de eles resolverem o seu próprio problema, e aí tomaram essa decisão, é todo mundo ou nada. Então está legal, todo mundo ou nada", conclui.