Topo

Candidatura de Leila segue o esperado no Palmeiras, mas roteiro tem 'twist'

Leila Pereira, dona da Crefisa, durante apresentação do técnico Cuca em maio de 2017 - Newton Menezes/Folhapress
Leila Pereira, dona da Crefisa, durante apresentação do técnico Cuca em maio de 2017 Imagem: Newton Menezes/Folhapress

Diego Iwata Lima

De São Paulo

16/08/2021 20h45

Leila Pereira oficializou sua candidatura à presidência do Palmeiras em evento realizado nesta segunda-feira (16). O anúncio oficial não surpreende ninguém. Trata-se de um passo mais do que anunciado no roteiro que a levará inexoravelmente ao gabinete presidencial do clube alviverde em dezembro deste ano. Está em aberto, no entanto, o nome de quem será seu braço direito de futebol. Isso não é pouco e surge como um plot twist interessante.

A oficialização da candidatura chega sob eco das palavras de José Roberto Lammachia, marido de Leila e, segundo muitos nos bastidores do clube, o dono das últimas palavras na relação entre as suas empresas —Crefisa e FAM— e o Palmeiras. Em grupo de Whatsapp com correligionários, Lammachia afirmou, no domingo (15) que seria mais fácil uma vaca voar do que Alexandre Mattos tornar a ser diretor do clube.

A ruptura pública de José Roberto com seu afilhado de casamento —o casal Crefisa esteve como padrinhos nas bodas de Mattos, em Trancoso, no fim de 2018— era imaginada por quem vive o dia a dia do clube, mas certamente pega de surpresa uma parte consideravelmente maior dos torcedores. Se a eleição de Leila era favas contadas, a volta de Mattos também seria. Desde a gestão Paulo Nobre, Leila e Mattos sempre demonstraram entendimento.

Além de Lammachia, um outro personagem importante do universo palmeirense falou sobre Mattos no fim de semana. Paulo Serdan, presidente da escola de samba Mancha Verde e eminência parda da torcida Mancha Alviverde, já dissera que Mattos não voltaria. Serdan, ao fazer tal afirmação, falava também como sócio do clube, conselheiro eleito e apoiador de primeira hora de Leila Pereira.

Sem Mattos na jogada, abre-se um leque infinito de possibilidades sobre quem será o comandante do futebol palmeirense. Atualmente, quase todos os clubes têm um profissional remunerado nos seus departamentos de futebol. Citar qualquer um, a esta altura, seria mera especulação.

Entre os candidatos de dentro do clube, Anderson Barros faz um trabalho gerencial exemplar no sentido de enxugar custos. Mauricio Galiotte, o presidente, não foi sondado para seguir com algum cargo no mandato de Leila, mas estaria disposto a aceitar participar de uma transição. Cícero Souza, gerente de futebol desde 2015, já foi sondado para a posição no fim de 2019 e não aceitou. E Edu Dracena, supervisor de futebol, ainda não tem uma rodagem como dirigente que permitiria a uma escolha em torno de seu nome ser mais do que uma aposta.

Nesse cenário de incertezas, há uma hipótese que deixa os velho cardeais do clube com certo temor: de que Paulo Serdan venha a ocupar a posição. Publicamente, ele já disse não pleitear cargos numa futura gestão Leila. Mas é inegável que sua voz será ouvida pela presidenta. Um cargo, talvez, não seja mesmo um passo necessário para o conselheiro, que já tem portas abertas sem precisar se fechar para as tarefas mais maçantes que vêm junto com o direito de mandar no futebol do clube. Assim como Lammachia, Serdan pode ter ainda mais influência sem precisar colocar o rosto na janela.