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"Eu não o demiti", diz presidente do Cruzeiro sobre imbróglio com Conceição

Sérgio Santos Rodrigues disse que clima entre Felipe Conceição e atletas do Cruzeiro já não estava bom - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Sérgio Santos Rodrigues disse que clima entre Felipe Conceição e atletas do Cruzeiro já não estava bom Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

08/07/2021 06h00

O Cruzeiro e o técnico Felipe Conceição, que saiu do clube em junho após a eliminação celeste na Copa do Brasil, protagonizaram um imbróglio no começo desta semana, com a situação ganhando contornos por determinações da Justiça do Trabalho e na Câmara Nacional de Resoluções e Disputas (CNRD).

Depois de Conceição dizer que a cúpula celeste mentiu em sua saída e de citar que houve uma tentativa dos dirigentes de burlar a nova regra da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) — sobre demissão de treinadores —, o presidente da Raposa se manifestou.

Em entrevista gravada e publicada pela TV institucional do Cruzeiro, o presidente Sérgio Santos Rodrigues deu sua versão sobre o desligamento do treinador, que acionou a Justiça do Trabalho e o órgão ligado à CBF para ter sua rescisão publicada no Boletim Informativo Diário (BID) e conseguir assumir o Remo oficialmente.

"Ele não me pediu demissão e nem eu demiti ele. A gente entendeu, como eu usei a palavra, de dar descontinuidade e não continuar o trabalho no Cruzeiro, de comum acordo. Então foi isso que aconteceu", disse Rodrigues.

O mandatário cruzeirense citou ainda que a saída de Felipe Conceição se deu em meio à falta de clima entre o treinador e o grupo de atletas, logo após a eliminação na Copa do Brasil, para a Juazeirense, na Bahia.

"Ao conversar, chegamos já batendo um papo [com Felipe Conceição], e entendendo que ali não havia mais clima para continuidade. Tanto que ali mesmo já se arma a coletiva. Eu falo: 'conversamos e optamos', no plural, nós, pela descontinuidade do trabalho. Realmente por essa falta de clima. Tanto que dali o próprio Felipe não volta no ônibus com a gente, pegou um carro e foi para o hotel, mudou o voo, não voltou com a delegação, não foi no vestiário despedir dos atletas, já não tinha esse clima. Foi isso que aconteceu", finalizou.

O caso

Felipe Conceição, que deixou o Cruzeiro em 9 de junho após a eliminação da Raposa na Copa do Brasil — nos pênaltis para a Juazeirense —, acionou a Câmara Nacional de Resoluções e Disputas (CNRD) sob a alegação de que a diretoria celeste mentiu ao dizer que a rescisão entre as partes foi "em comum acordo" ao desliga-lo do cargo.

Anunciado pelo Remo, que assim como o Cruzeiro disputa à Série B do Campeonato Brasileiro, Conceição não conseguia ter o seu nome inscrito no BID no clube de Belém por ainda estar vinculado burocraticamente à equipe mineira. O treinador não aceitou assinar sua rescisão sob alegação de que a mesma não aconteceu em comum acordo como a diretoria azul divulgou. Para o treinador, isso "não condizia com a realidade".

Felipe Conceição, por meio do documento dos advogados, insinuou que o Cruzeiro tentou burlar o novo regramento da CBF, que limita a troca de treinadores durante o Campeonato Brasileiro. A entidade determinou a partir desta temporada que só é permitida uma única troca de treinadores por clube ao longo da competição. Uma "rescisão amigável" não entraria nessa nova regra e o clube continuaria "zerado" na contagem das demissões.

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