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Marquinhos critica ex-atletas comentaristas e brasileiros que torcem contra

O zagueiro da seleção brasileira Marquinhos em partida contra a Venezuela, em 13/10 - Lucas Figueiredo/CBF
O zagueiro da seleção brasileira Marquinhos em partida contra a Venezuela, em 13/10 Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Danilo Lavieri e Gabriel Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/07/2021 14h55

Marquinhos não escondeu a alegria de poder disputar a final da Copa América contra a Argentina no próximo sábado, às 21h, em pleno Estádio do Maracanã. Em entrevista coletiva hoje (7) na Granja Comary, em Teresópolis, o zagueiro encheu a decisão de elogios e lamentou o fato de nem todos os brasileiros valorizarem a seleção como se fazia no passado.

O atleta do PSG lembrou da polêmica antes do início da competição, da possibilidade de boicotar ou não por conta dos problemas sociais que o país atravessava e aproveitou para criticar jornalistas e ex-jogadores que viraram comentaristas que fazem crítica em excesso à Amarelinha.

"Meu pai já dizia que a história sempre tem dois lados. Temos que tentar entender e escutar os dois lados. A seleção é focada pela imprensa hoje. Hoje, tem muitos veículos de comunicação e temos que tomar cuidado com o que a gente vê, escuta e naquilo que a gente acredita. Hoje, ficou fácil dar notícia e falar alguma coisa. A gente vê tantos experts em comunicação, até mesmo jogadores que estiveram aqui na seleção dando as opiniões e não tomando a cautela necessária para passar informações. Eles são formadores de opiniões, por isso têm que tomar cuidado com cada palavra colocada, com cada informação colocada. Muitas pessoas que não acompanham tanto ficam sabendo dessas informações só por eles e passam a acreditar", iniciou o jogador.

"Na época, eu vim fazer a coletiva e expliquei que precisava ter muito cuidado. Pedi aos jornalistas que eles tivessem muito cuidado com o que passavam. A gente viu muita coisa que não era verdade. Temos o maior orgulho de jogar na seleção brasileira. Estávamos dentro de um contexto, preparando para jogos das Eliminatórias, e aí caiu uma bomba no nosso colo, no vestiário, fomos pegos de surpresa. Por isso, tomamos a cautela e tivemos tempo o suficiente para conversar entre nós, com a direção, com o treinador. Foi isso o que aconteceu", relembrou.

Sempre reforçando o peso e a história que carregam Brasil e Argentina, ainda mais em uma final de campeonato, o atleta lamentou o fato de nem todos estarem ao lado da seleção e pediu que torcedores, jornalistas e jogadores fossem mais unidos em busca dos títulos que a equipe disputa.

"É difícil. A gente vê tantos brasileiros, tanta gente na imprensa que é contra, que não apoia a seleção brasileira e não tem nenhum prazer e orgulho de assistir e torcer por nós. Mesmo sabendo da história grandiosa, maravilhosa e saber que já teve muito jogador bom aqui, que vestiu essa camisa (...). No momento difícil ou bom que esteja vivendo agora ou antigamente, eu, como torcedor, sempre estive ao lado da seleção brasileira. Sempre foi o meu sonho estar aqui. Os torcedores, os jornalistas, o povo... Por mais difícil que seja o momento que a gente esteja vivendo, que esteja acompanhando, que passe energia positiva, energia boa, porque isso é o maior orgulho para o torcedor. Desse lado aqui, a gente tenta representar a seleção, o torcedor, o país. Sempre da melhor forma para se dedicar muito em campo", continuou.

"Se a gente se juntar, se a gente trabalhar juntos, todo mundo. Torcedor, jornalista, jogadores... Todos por um objetivo maior que é o título, que é a vitória... A gente sabe que uma vitória nossa pode deixar a vida, o cotidiano das pessoas muito melhor. Então que a gente possa trabalhar juntos em vez de ficar palpitando aqui. Os jogadores também dando pitaco aos jornalistas e aos torcedores. E do outro lado é recíproco. Os jornalistas e os torcedores poderiam ser positivos, é o ponto melhor de se focar. Depois de conseguir os objetivos, todos vão estar felizes e orgulhosos da seleção", finalizou.

Marquinhos disse que a final da Copa América vai ser gigante apesar do "gramado e de outras circunstâncias" e convidou a todos para acompanharem ao jogo. Ele lembrou duelos como o show de Adriano Imperador no jogo de 2005, pela Copa das Confederações, a vitória na semifinal da Copa América de 2019 e tentou resumir o sentimento de jogar novamente esse clássico.

"Vai além de um simples jogo de futebol. Brasil e Argentina, falando por mim e pela minha história, desde criança eu sempre sonhei em jogar isso. Com cinco, seis anos, sete anos quando eu comecei a entender de futebol, esse era o jogo que eu sonhava em ver na TV, ver a seleção jogando e era esse o jogo que eu sonhava em estar. Isso representa muito o que significa um Brasil x Argentina, pelas histórias, pelos jogadores. Tem Brasil e Argentina que tiveram grandes jogadores que foram melhores do mundo, Pelé, Rivaldo, Zico, Ronaldinho, Maradona, Messi e todos os outros jogadores. Essas camisas representam futebol, não só o futebol sul-americano, mas o Mundial. Essas camisas fizeram o mundo parar para assistir jogos. É isso que representa a história de um Brasil x Argentina".