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Maracanã troca gramado em metade do tempo ideal, mas deixa boa impressão

Panorama do Maracanã no dia 6 de julho de 2021, na semana da final da Copa América - Acervo pessoal
Panorama do Maracanã no dia 6 de julho de 2021, na semana da final da Copa América Imagem: Acervo pessoal

Danilo Lavieri e Gabriel Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/07/2021 04h00

O técnico Tite e outros profissionais da comissão técnica da seleção brasileira estiveram ontem (6) no estádio do Maracanã para vistoriar as condições do local que recebe a final da Copa América no próximo sábado, às 21h. Os gramados em que o time jogou ao longo da campanha foram alvos de fortes críticas — especialmente o do Nilton Santos —, e agora a expectativa é encontrar uma situação melhor na decisão.

"A comissão técnica da seleção fez uma passagem rápida pelo local e teve uma boa impressão do resultado obtido até então", diz ao UOL Esporte o engenheiro agrônomo Lucas Pedrosa, um dos responsáveis pelo trabalho que precisou ser apressado em razão das necessidades da Conmebol: foi feito em duas semanas o procedimento cujo prazo ideal está entre 30 e 35 dias.

A Copa América mudou sua sede para o Brasil apenas duas semanas antes do primeiro jogo, após as desistências de Colômbia e Argentina. Por isso, os estádios foram escolhidos no improviso e não estavam nas melhores condições. "Um gramado precisa de tempo para sua recuperação, e no Engenhão tivemos apenas seis dias, o que não foi suficiente. Mas por incrível que pareça o gramado terminou com mais densidade do que iniciou a competição", reflete o especialista.

No caso do Maracanã, escolhido para abrigar somente a final da Copa América, os cuidados da Conmebol por meio da empresa "GreenLeaf Gramados" começaram no dia 23 de junho. O Flamengo atuou no estádio neste dia pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro e venceu o Fortaleza por 2 a 1. Após o jogo já tiveram início os procedimentos específicos em que acontece uma troca de partes do gramado afetadas pelo sombreamento e pelo acúmulo de jogos.

Gramado - Divulgação/Maracanã - Divulgação/Maracanã
De uma área aproximada de 8 mil m² foram trocados 3.800 m², que é a parte Norte, que fica na sombra, uma parte central e o gol Sul
Imagem: Divulgação/Maracanã

O Maracanã possui algo que se chama "turf farm", que é um terreno onde é plantado o equivalente a um campo e meio da grama adequada para o campo de jogo. Neste caso houve o replantio de cerca de 40% de todo o gramado nestas duas semanas. A entrega para a Conmebol é hoje (7), quando começarão a ser montadas estruturas para cerimonial, como palco e festa de encerramento.

Junto com esta troca de quase metade do gramado foram realizados vários procedimentos específicos que Lucas Pedrosa enumera: limpeza de resíduos gerados durante a temporada, cortes para uniformização da grama, oxigenação do solo, cobertura de areia para proteger as folhas novas, aplicação de sementes e adubação.

No último dia 26, Tite mostrou preocupação com o estado do gramado do Maracanã: "Vai acontecer de novo, vai trocar de novo. Não vai estar bom o Maracanã, muito pouco tempo. Escreve." O engenheiro agrônomo que trabalhou nas reformas espera que o resultado seja diferente.

"Quando os procedimentos técnicos acabarem [hoje], o campo já estará com todos níveis de jogabilidade dentro do padrão exigido pela Fifa. Um gramado com boas condições de jogo, o que significa tração, umidade e compactação, e uma boa coloração", diz Lucas Pedrosa.