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'Representantes' do Fla vão à final no Maracanã, mas só Paquetá embalou

Meio-campista tem dois gols marcados entre os 12 da seleção brasileira nesta edição da Copa América - Miguel Schincariol/Getty Images
Meio-campista tem dois gols marcados entre os 12 da seleção brasileira nesta edição da Copa América Imagem: Miguel Schincariol/Getty Images

Danilo Lavieri e Gabriel Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/07/2021 04h00

Quatro jogadores da campanha da seleção brasileira na Copa América têm forte ligação com o Flamengo: Lucas Paquetá e Vini Júnior, revelações do clube que hoje atuam na Europa, e a dupla Everton Ribeiro e Gabigol, que ainda defende o clube. Todos estarão à disposição do técnico Tite na final do próximo sábado (10), às 21h, no Maracanã, mas até agora só um deles embalou com a "Amarelinha".

Autor dos gols nas vitórias por 1 a 0 sobre Chile e Peru que classificaram o Brasil à semifinal e depois à decisão do torneio, Paquetá é o "representante" rubro-negro mais bem-sucedido. Dos seis jogos, só não participou da segunda rodada da fase de grupos, contra o Peru, e já soma 308 minutos em campo. Nenhum dos outros três conseguiu passar dos 200 minutos jogados.

Além do tempo em campo e dos gols marcados, Paquetá tem chamado atenção pela parceria afinada com Neymar que envolve tabelas, jogadas trabalhadas, dancinhas na comemoração dos gols e chega até a concentração, no universo dos jogos online. Segundo ouviu o UOL Esporte, essa companhia que Neymar ganhou de um meio-campista que consegue jogar de intermediária a intermediária e qualificar a posse de bola no setor são novidades muito bem-vindas na seleção e consolidadas nesta Copa América.

Paquetá - Wagner Meier/Getty Images - Wagner Meier/Getty Images
Lucas Paquetá comemora gol do Brasil com Neymar contra o Peru, pelas semifinais
Imagem: Wagner Meier/Getty Images

Paquetá tem só 20 jogos pela seleção brasileira, sendo sete nesta convocação atual, o que mostra que ainda está entrando no ritmo. A primeira vez em que foi chamado por Tite foi em agosto de 2018, quando ainda defendia o Flamengo. Foram os primeiros jogos do ciclo para a Copa do Mundo do Qatar. Ele foi negociado com o Milan-ITA no mesmo ano, mas não se consolidou como esperado e no ano passado foi emprestado ao Lyon-FRA.

Aí sim, com dez gols e seis assistências em 34 jogos, a cria flamenguista vingou no futebol europeu e abriu caminho para receber oportunidades com Tite. E os outros, por que ainda não embalaram?

Everton Ribeiro

O meia já vinha em baixa do Flamengo e se apresentou à seleção em junho com dores musculares na coxa direita, o que o deixou fora das partias pelas Eliminatórias. Na partida de estreia na Copa América contra a Venezuela, ele entrou justamente na vaga de Lucas Paquetá, no intervalo, e teve bom rendimento. Na rodada seguinte entrou de novo no intervalo e foi ainda melhor, tendo feito até gol (veja abaixo a partir de 2min45s). Recebeu chance como titular no terceiro jogo e não correspondeu — foi substituído no intervalo.

Nos três jogos seguintes atuou em somente dois e por menos de 30 minutos, numa queda de aproveitamento que traduz o fato de não ter aproveitado bem suas chances neste período. Ele tem 192 minutos jogados na Copa América.

Gabigol

Era a principal esperança para centroavante da seleção nas Eliminatórias e na Copa América por causa da má temporada de Firmino. Foi titular no primeiro dos oito jogos até agora e fez um gol impedido, mas não convenceu. No desafio seguinte atuou só 13 minutos. Já na Copa América ele seguiu a rotina de não conseguir embalar mesmo com oportunidades e tendo feito um gol na estreia. Na fase de grupos teve dois jogos como titular e dois como reserva. Nos dois em que saiu jogando foi substituído uma vez no intervalo e na outra atuou os 98 minutos.

O entendimento de Tite e seus auxiliares é que o jogador precisa de sequência para entender as diferenças táticas entre time e a seleção, o que ainda não aconteceu. Tanto é que ele não saiu do banco de reservas nos dois jogos Eliminatórias disputados até o momento.

Vini Júnior

Sem espaço nas Eliminatórias, ele atuou três vezes na Copa América: nove minutos contra a Venezuela, 33 minutos diante do Equador, quando o Brasil já estava classificado como líder, e mais 13 minutos na semifinal diante do Peru.

Vini - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Vini Júnior durante jogo da seleção brasileira contra o Peru
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Neste jogo ele entrou na vaga de Richarlison para puxar contra-ataques e foi muito incentivado pelos companheiros e profissionais da comissão técnica. Exceção feita a Léo Ortiz, é quem tem menos minutagem na seleção.

A forte concorrência no setor sempre é destacada pela comissão técnica quando responde sobre o status da cria flamenguista com a "Amarelinha". O atacante tem dificuldades em convencer a seleção de que está pronto para executar algumas funções táticas e é considerado abaixo dos concorrentes também no aspecto técnico. Entre os quatro, ainda que tenha boa projeção futura, é o que está mais longe de convencer.