Topo

BAP defende público nos estádios e cita bares e shoppings: 'Hipocrisia'

Luiz Eduardo Baptista, o Bap (ao centro) posa para foto ao lado do presidente Rodolfo Landim - Alexandre Vidal/Flamengo
Luiz Eduardo Baptista, o Bap (ao centro) posa para foto ao lado do presidente Rodolfo Landim Imagem: Alexandre Vidal/Flamengo

Do UOL, em São Paulo

10/06/2021 13h38

O vice-presidente de relações externas do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (conhecido como BAP), defendeu o retorno do público aos estádios de futebol no Brasil.

Em entrevista ao canal do jornal Venê Casagrande concedida hoje, o dirigente comparou o cenário com a liberação de bares e shoppings espalhados pelo país. Ele ainda classificou a proibição de torcedores como "questão política" e "hipocrisia"

"No Brasil de hoje em dia, você pode fazer praticamente tudo novamente. Você vê ruas engarrafadas, bares lotados, shoppings com uma porção de gente andando sem máscara, tempos religiosos cheios... enfim, a vida, de uma forma ou de outra, está se normalizando", iniciou ele, sem citar o número de mortes diárias por covid-19 no país.

"O único lugar que continua não podendo ter público nenhum é o estádio de futebol. Vamos comparar com o shopping: o shopping é fechado, tem ar condicionado e a gente não sabe se aquele ar é reciclado... eu acho que não é. Você fica em um shopping raramente menos de uma hora. O que se diz é que em um ambiente fechado, 15 ou 20 minutos é o suficiente para você estar contaminado. No entanto, está liberado. Porque um estádio de futebol [com capacidade] entre 50 e 70 mil pessoas você não pode colocar 20 ou 30% da capacidade?", prosseguiu BAP.

"Não existe nenhuma informação técnica que se oponha a isso. É uma decisão política. Se fosse o contrário, não poderíamos estar em nenhum desses outros lugares com aglomerações muito mais claras."

"No transporte coletivo não pega?"

Na sequência do raciocínio, BAP fez novas comparações e citou o transporte público, considerado serviço essencial, como uma "vergonha" diante do cenário de pandemia.

"Se você achar: 'ah, o cara indo no estádio vai pegar covid'. Mas no shopping ele não pega? No transporte coletivo não pega? Quando a gente olha os transportes todos os dias, em ônibus e trens, e quando você fala em defender vidas, isso é uma vergonha. Então nós entendemos que no estádio de futebol, você poderia perfeitamente ter um retorno com 30% do público, com afastamento maior do que determina-se para shoppings. Seria absolutamente possível", continuou ele a Venê.

"Quem vai ao shopping está fazendo o teste PCR 48 horas antes? Quem tem ido aos estádios está sendo testado anteriormente", finalizou.