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Dirigentes da CBF projetam saída definitiva de Caboclo e articulam eleição

Vice-presidentes da CBF e Rogério Caboclo, na eleição da entidade em 2018 - Lucas Figueiredo/CBF
Vice-presidentes da CBF e Rogério Caboclo, na eleição da entidade em 2018 Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/06/2021 14h16

Rogério Caboclo está afastado temporariamente da presidência da CBF, por decisão da comissão de ética da entidade. Agora, a expectativa dentro da entidade é de que o órgão não vai demorar para sacramentar a remoção definitiva do dirigente. Tanto que, no dia seguinte ao retorno do Coronel Nunes ao poder, já surgem articulações relacionadas a uma possível eleição entre os vice-presidentes da entidade.

Conforme prevê o estatuto para casos de vacância, o presidente que ocupar a cadeira provisoriamente tem que convocar um pleito do qual só os vices podem participar. O UOL Esporte apurou que dois nomes aparecem como mais interessados nessa cadeira, no momento: Castellar Neto e Gustavo Feijó. Nunes assumiu interinamente por ser o vice mais velho, seguindo regimento.

Castellar virou vice-presidente da CBF na chapa de Caboclo depois de deixar o comando da Federação Mineira de Futebol. Já Feijó, ex-prefeito de Boca da Mata (AL), é um dos vices da entidade desde 2015, quando Marco Polo Del Nero chegou ao poder. Ele saiu da presidência da Federação Alagoana porque abriu caminho para a eleição do filho, Felipe Feijó.

A saída de Caboclo do poder ainda é muito recente e não há um racha declarado entre os vices por causa da cadeira da provável eleição. Mas há conversas sobre uma composição. Até porque é unânime a visão de que a situação de Caboclo ficou ainda mais complicada com a divulgação dos áudios gravados por uma funcionária, que fez a denúncia de assédio moral e sexual contra o dirigente. A ideia geral é fechar um candidato único para que o colégio eleitoral da CBF acabe definindo o eleito por aclamação.

O mandato seria tampão, para preencher a eventual lacuna deixada por Caboclo até 2023. Mas a próxima eleição da CBF, para um mandato completo, já será em 2022, provavelmente em abril. E, nesse tabuleiro, quem se tornar o "bombeiro" na crise atual pode ter vantagem para engatar mais uma vitória lá na frente.

No domingo, Feijó chegou a conversar pessoalmente com Rogério Caboclo, em São Paulo, para tentar convencê-lo a sair de forma mais pacífica do cargo. Cinco dos oito vices, inclusive Castellar, estavam cientes do movimento, até porque estavam unidos na mobilização para instar a comissão de ética a se manifestar na direção do afastamento de Caboclo. O bloco dos mais ativos no assunto ainda tem Fernando Sarney, Ednaldo Rodrigues e Francisco Novelletto.

Na estrutura associativa da qual a CBF faz parte, Sarney continua como figura proeminente no relacionamento com a Conmebol e a Fifa, mas não tem pretensão de ser presidente. Vice da CBF desde os tempos de Ricardo Teixeira, ele aposta numa postura conciliadora para evitar danos às relações estremecidas nos últimos anos por conta dos escândalos envolvendo os presidentes da CBF.

Todos os dirigentes estarão juntos na tarde de hoje, quando acontece a reunião da diretoria administrativa na CBF. É hora de avaliar os danos e consequências dos últimos dias de turbulência.