Após condenação, Justiça encontra apenas R$ 932 nas contas do São Caetano
Em 31 de julho de 2002, o São Caetano entrava no gramado do Pacaembu para disputar a final da Copa Libertadores. O que o clube do ABC paulista não poderia prever é que menos de 20 anos depois deste jogo, o pior para o Azulão não seria a derrota na decisão para o Olimpia-PAR.
Em fevereiro passado, a Justiça ordenou que o São Caetano pagasse uma dívida trabalhista. Se não o fizesse, seria executada a penhora das contas do clube para que pudesse ser recolhido o valor de R$ 34.579 mil, referentes ao débito do clube com o preparador físico Otávio Dias Coelho, que trabalhou no time paulista entre 14/06/2019 a 05/05/2020. Mas a busca encontrou apenas R$ 932,78 em somente uma conta bancária. As outras sete contas apresentaram saldo zerado.
"Registro que restou incontroverso o não pagamento de salários, inclusive, nos meses em que houve efetivo trabalho. Nessa hipótese, o dano moral seria presumido, tendo em vista que o salário é a base da subsistência familiar e que qualquer trabalhador que não o receba no prazo legal sofre abalo psicológico, principalmente aquele que conta apenas com o salário para sua subsistência", escreveu o juiz Renan Pastore Silva, na decisão.
O Azulão foi condenado a pagar ao preparador físico os salários de dezembro de 2019, janeiro de 2020, fevereiro de 2020 e de março de 2020; o saldo do salário de maio de 2020 (5 dias); o aviso prévio proporcional indenizado de 30 dias; 13º salário proporcional de 2019, de 7/12; as férias integrais, acrescidas de um terço, tendo em vista a integração do aviso prévio; o vale alimentação, de dezembro de 2019 até maio de 2020, de R$ 23,79 por dia de trabalho; mais multa e indenização de 40% sobre o FGTS.
"Os credores trabalhistas esperam a mesma consideração do São Caetano. Que sejam chamados para fazer acordo e receber os seus créditos. Que são salários e verbas rescisórias não pagas, já que cumpriram com as suas obrigações trabalhistas, quando eram empregados do clube", pediu Higor Maffei Bellini, advogado do preparador físico.
O clube do ABC alegou que não devia pagar as horas extras por Otávio Dias Coelho não ter excedido as horas trabalhadas e contestou também o pedido de dano moral feito pelo preparador físico e teve os pedidos atendidos pela Justiça, nos únicos pontos em que ele pode considerar positivos na ação.
Fundado no fim dos anos 80, o São Caetano, além de disputar a final da Libertadores em 2002, conquistou o Campeonato Paulista em 2004, e foi duas vezes vice do Campeonato Brasileiro, em 2000 (Copa João Havelange) e 2001. Esse é só mais um capítulo da crise enfrentada pelo Azulão.
No mês passado, a World Sports e Marketing Soluções Esportiva, que presta serviços no gramado do estádio Anacleto Campanella, entrou com pedido de falência contra a empresa que administra o São Caetano, mas as partes chegaram a um acordo.
Já no ano passado, durante a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, os jogadores fizeram greve, o que levou o time a perder por W.O. para o Marcílio Dias e ser goleado por 9 a 0 pelo Pelotas, após ter de escalar jovens das categorias de base para a partida. No atual Campeonato Paulista, a equipe é a lanterna do Grupo D, com apenas um ponto em quatro jogos.
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