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Palmeiras usa nova jogada ensaiada; saiba como Abel planejou gol da final

Gustavo Gómez comemora gol do Palmeiras contra o Grêmio na final da Copa do Brasil - Fernando Alves/AGIF
Gustavo Gómez comemora gol do Palmeiras contra o Grêmio na final da Copa do Brasil Imagem: Fernando Alves/AGIF

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

02/03/2021 04h00

O gol da vitória do Palmeiras sobre o Grêmio, na primeira final da Copa do Brasil, saiu de mais uma jogada ensaiada pela comissão técnica de Abel Ferreira. A criatividade em lances de bola parada é uma marca do português e seus auxiliares, que tiveram participação importante —até maior que a do chefe— no lance convertido por Gustavo Gómez.

O posicionamento no escanteio foi diferente do de costume, com apenas Luiz Adriano na pequena área e todos os outros palmeirenses quase na linha da grande área. A função do camisa 10, na verdade, era se "afastar" da jogada para confundir Maicon, que o acompanhava, e tirá-lo do centro da área.

Como o Grêmio marca individualmente os adversários em bolas paradas, o Palmeiras preparou um esquema para que Felipe Melo pudesse bloquear quem tivesse de cuidar de Gustavo Gómez.

Com a batida de Raphael Veiga quase na marca do pênalti, o paraguaio chegou livre para atacar a bola e cabecear com força. Paulo Victor até tocou na bola, mas não obteve sucesso (veja no vídeo abaixo).

Abel Ferreira e sua comissão têm um estudo com cerca de 60 lances de jogadas ensaiadas para usar de acordo com o adversário, como já publicou o UOL Esporte. Na semifinal da Libertadores, contra o River Plate, o Verdão aplicou um lance inspirado no Bayern de Munique (ALE) de Pep Guardiola e no Borussia Dortumund (ALE).

Por mais que o técnico tenha um cuidado grande com jogadas de bola parada, não é ele quem cuida desta etapa do jogo nos treinamentos. Há uma divisão entre seus auxiliares: Vitor Castanheira ensaia os lances de ataque, e Carlos Martinho é o responsável por definir as jogadas defensivas.

"Fizemos muito [treinos para esta jogada]. Mas mais do que tudo são os jogadores terem a mente e o coração abertos para acreditar no que dizemos. Isto é fruto do trabalho coletivo, e não sou eu o responsável pelas bolas paradas. Dou minhas ideias, exijo dos meus treinadores [auxiliares], digo como quero, onde quero a queda da bola. Eles têm a obrigação de procurar as melhores soluções para a equipe. Não sou eu que trabalho as bolas paradas", afirmou Abel.

"Temos gente na equipe técnica com esta função específica, e eu cobro muito deles porque sei que bolas paradas são um elemento fundamental no jogo. Quando os jogadores estão solidários e concentrados nestes pequenos detalhes do jogo... temos um bom batedor, definimos a queda da bola. Quando isto acontece, estamos mais perto de fazer gols", acrescentou.

Vitor Castanheira, auxiliar de Abel Ferreira no Palmeiras - Cesar Greco - Cesar Greco
Vitor Castanheira, auxiliar de Abel Ferreira, conversa com Raphael Veiga e Willian antes de jogo do Palmeiras
Imagem: Cesar Greco

Como há uma dificuldade no calendário para que se possa treinar, Abel considera que o trabalho com bolas paradas é uma forma de preparar algo diferente para um jogo sem desgastar tanto o time. É por isso que o técnico conseguiu implantar atividades na manhã das partidas, para repassar posicionamentos e ensaiar lances.

"Gostamos muito de bolas paradas porque não há apenas uma forma de marcar. Já fizemos gol de lançamento de lateral, já fizemos gols de contra-ataque, em ataque posicional ou bolas paradas, ou até a criatividade do jogador. Há todas essas formas de fazer gols e nós dedicamos um momento importante nas bolas paradas", completou.

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