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Autor de hit colorado para Abel promete fazer tatuagem se Inter for campeão

Fabiano Baldasso, influencer torcedor do Inter, promete fazer tatuagem com hit para Abel - Reprodução
Fabiano Baldasso, influencer torcedor do Inter, promete fazer tatuagem com hit para Abel Imagem: Reprodução

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

19/02/2021 16h24

Uma música embala os torcedores do Inter. E não é daquelas que se ouviu muitas vezes no estádio, cantada por milhares de aficionados para empurrar a equipe. Ela é curta, uma paródia em cima de um "pagode dos anos 90", e foi feita de improviso. "Lá vem o Abelão, cheio de paixão, te catá, te catá, te catá", autoria de Fabiano Baldasso, que virou hit no clube gaúcho.

Hoje não são apenas os aficionados que entonam o ritmo de "Lá vem o Negão", música da banda Cravo e Canela, mas também jogadores que brincam com o personagem principal da trama: Abel Braga.

"Eu cantei na live de abertura de Inter x América-MG. Era estreia do Abel. Havia uma catarse em parte da torcida por causa da saída do Coudet, que saiu por iniciativa própria e me indignou. E me indignava mais ainda as pessoas rechaçarem o Abel Braga, depois que ele assumiu o Inter, sendo uma pessoa tão representativa para o clube", contou Baldasso ao UOL Esporte.

"Cantei abrindo a live. Peguei o ritmo e cantei, improvisei na hora, abri e cantei. Inicialmente isso foi usado contra mim, o Brasil inteiro me ridicularizando no meme, quando Abel começou mal, faz parte do processo. Mas depois veio a consagração, aparecendo em várias emissoras de televisão no país todo", completou.

Até mesmo Abel Braga já ouviu o hit. Em uma chamada do canal TNT Sports, jogadores do Inter contam que nos vestiários a música é cantada para o treinador.

"O Yuri e o Patrick disseram que cantam isso para o Abel, brincam com ele. É muito legal, estou muito feliz, como colorado, com a recuperação do Abel e a briga pelo título. Fico feliz pelo Abel. Na primeira coletiva dele pelo Inter, o semblante era de triste, de cansado, sem brilho no olho, alguém que estava infeliz. O Inter devolveu a felicidade para o Abel. Hoje ele tem garra, sangue nos olhos, ele rejuvenesceu uns 10 anos desde a primeira coletiva. É uma sinergia muito grande entre Abel e o Inter. O Inter salvou o Abel, e o Abel salvou o Inter", contou.

Baldasso tem 47 anos e uma carreira sólida no jornalismo esportivo. Trabalhou nas principais empresas de comunicação do Rio Grande do Sul e hoje é o influencer com maior penetração entre os torcedores do Inter. Seu perfil no Twitter, por exemplo, possui 238 mil seguidores. Seu canal no YouTube tem 224 mil inscritos, perfil no Instagram com 214 mil seguidores.

Embalado pela chance do Colorado ser campeão, e o hit que criou neste ano, Baldasso fez uma promessa: irá tatuar "Lá vem o Abelão" no braço caso o título do Brasileirão vá para seu time do coração.

"Vou tatuar "Lá vem o Abelão" no antebraço caso o Inter seja campeão. Eu tive a felicidade de criar isso e algum momento... No dia seguinte vou tatuar, marcar na minha pele para sempre essa homenagem a ele, que se torna um dos poucos deuses ou semideuses da história do Inter", contou.

Entre o otimismo e a preocupação dos torcedores, Baldasso acredita que o Inter tenha condições de erguer a taça já neste domingo, e pede que o título seja um momento de união no clube, que sofreu com divergências políticas ao longo da temporada.

"Numa condição normal, o Flamengo seria favorito para o jogo porque é o melhor time. Mas não é uma condição normal. Tem muita coisa envolvida. Tem 41 anos do último título do Inter, tem um entendimento dos jogadores, um grupo que joga em função do treinador, que merece isso. Muita coisa equilibra tudo. Tem grandes chances do Inter sair vitorioso no domingo e com título", comentou.

"Eu sinto muito nervosismo na torcida do Inter. O Inter viveu um momento maravilhoso no início do século, com a conquista de todos os títulos possíveis e imagináveis. Assim como essa torcida, de 2016 para cá, lidou com a tragédia. A torcida do Inter, hoje, se impede de ser feliz, de comemorar por uma situação. É só nervosismo e tensão. A torcida só vai tirar a tensão quando confirmar um título importante. É trauma pelo que houve desde 2016. Eu entendo, e também tenho um pouco disso. Mas, como sou mais velhinho, vivi as décadas de 80 e 90... A geração mais nova, de quem tem até 35 anos, está acostumada só com as coisas boas e ficou traumatizada", explicou.

"Tivemos um momento muito difícil na torcida do Inter, uma cisão importante, especialmente pelo movimento político que, de uma forma errônea e absurda, aconteceu no meio do Brasileiro, porque o Conselho Deliberativo não cogitou adiar as eleições para depois do fim da temporada. Se dividiu a torcida, se criou um problema importante e nada salutar. Agora é o momento de união, de todos estarem juntos no pensamento positivo para o Inter. É uma expectativa positiva que já não acreditávamos mais, mas aconteceu. O título pode servir para muita coisa, inclusive para selar a paz, que o clube precisa, e que é o contrário do que vinha acontecendo", finalizou.

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