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Roger assume Flu após tempo para 'desintoxicar' e estudar: 'É uma cachaça'

Roger Machado (esq.) já está apalavrado para ser o novo técnico do Fluminense - Thiago Ribeiro/AGIF
Roger Machado (esq.) já está apalavrado para ser o novo técnico do Fluminense Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Jeremias Werneck

Do UOL, em Porto Alegre (RS)

13/02/2021 04h00

Apalavrado para ser o futuro técnico do Fluminense, Roger Machado chega ao Tricolor mantendo a filosofia de assumir trabalhos em início de temporada e após um período que, segundo o próprio, usa para "desintoxicar" e estar mais próximo à família. Ele, porém, admite que futebol é um "cachaça" e que acompanha diversas partidas, mesmo quando está longe da beira do gramado com o intuito de estudar.

Roger estava no mercado da bola desde o início de setembro, quando deixou o Bahia. Ex-jogador do Flu, ele era um desejo antigo do clube e foi procurado em algumas oportunidades, inclusive pela gestão anterior, mas sem final feliz. Desta vez, porém, as conversas avançaram e ganharam ainda mais corpo após a vaga na Copa Libertadores 2021 ficar mais próxima.

Neste cenário, as partes chegaram a um denominador comum e Roger vai assumir o cargo que, no momento, é ocupado por Marcão — que voltará ao sub-23.

"Eu preciso sempre de um período para me desintoxicar e foi uma opção também na minha ornamentação de carreira. Depois que terminasse um trabalho, ficasse em casa para aproveitar um pouco a minha família, minhas filhas. Mas sei que logo vou querer voltar. Eu tenho um escritório com tela gigante e, às vezes, chamo uns amigos para ver jogos, analisar, trocar modelos de treinamento. Então... (o futebol) é uma cachaça", disse, em recente entrevista ao UOL Esporte.

"Se a gente pegar o futebol como desporto, sem analisar a paixão clubística, o futebol é um esporte de disputa de território, um enfrentamento de dois exércitos, cada um com sua estratégia, que tenta sobrepor a estratégias do adversário, e o gol representa a morte simbólica do adversário. Isso, para mim, é um elemento muito importante. O que e atrai hoje é poder desenvolver essa boa estratégia, um trabalho com o atleta para melhorá-lo e isso dar vitórias, e como consequência, títulos, para deixar feliz o torcedor. Mas para quem viveu 16 anos o futebol acaba que essa rotina gera uma dependência", completou.

Apesar deste "vício", Roger conta ainda ter algumas dúvidas sobre os caminhos a seguir na carreira. O treinador revela que, em cinco anos, pretende rever o próprio planejamento e fazer uma avaliação dos próximos passos.

"Mas essa balança, em função de tudo que estamos vivendo.... Essa polaridade da política tem reflexos no esporte também. Essa balança, para mim, está começando a desequilibrar porque está impactando na minha saúde física e mental. O meu planejamento é mais cinco anos e, depois, dar uma boa parada e ver se de fato é isso que quero fazer da minha vida", afirma.

Roger bate firme para marcar o gol do título do Fluminense na Copa do Brasil de 2007 - Acervo Flu-Memória - Acervo Flu-Memória
Imagem: Acervo Flu-Memória

O agora técnico tem uma marcante passagem como jogador do Fluminense. Ele foi o herói do título da Copa do Brasil de 2007, conquista até então inédita nas Laranjeiras. Agora, terá como principal missão de 2021 tentar guiar o Tricolor a mais uma taça que ainda não consta na galeria: a Libertadores.

Durante as tratativas com o clube, Roger gostou do que ouviu. Ele tem o desejo de comandar jovens, e a possibilidade de treinar um elenco repleto de moleques de Xerém foi um ponto que o seduziu. O ex-lateral também possui ótima relação com Fred, grande líder do elenco. O vínculo vai até o fim do ano que vem, quando também termina o atual mandato do presidente Mario Bittencourt, com quem tem contato desde os tempos de atleta.

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