Flu supera perdas, se reinventa e sonho de Libertadores vira provável
O Fluminense que iniciou o Campeonato Brasileiro tinha expectativa interna de meio de tabela e, para muitos, brigaria para não cair. Na reta final da competição, entretanto, o Tricolor é o quinto colocado, com 53 pontos — oito de distância para o primeiro time fora do G7 — e vê o sonho da Libertadores virar "provável".
Se não chegou a encantar com Odair Hellmann ou Marcão, o time inegavelmente se mantém regular e competitivo. Durante todo o Brasileirão, o Flu seguiu na parte de cima da tabela e se consolidou como a grande surpresa da competição. Após três anos brigando contra o rebaixamento e sem fazer boa campanha desde 2014, o Tricolor já pensa na fase de grupos do principal torneio de clubes do continente.
"Isso tudo começou com o Odair. Nossa equipe é muito regular, superando as expectativas de muitos jogo a jogo. Temos um grupo muito focado, com muitos jogadores vencedores, que buscam o seu melhor a cada dia. Essas oportunidades que eles vão criando nos dá a possibilidade de imaginar sempre algo maior. Há algum tempo eles vêm se cobrando e isso tem feito a diferença positivamente. É um grupo com um mental muito forte e nos deixa com muita convicção que vão brigar por situações bem positivas no campeonato", disse Marcão, após a vitória sobre o Goiás, no último domingo (31).
Isso tudo após superar crises como as eliminações precoces na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil, e durante a competição, perder seus destaques na defesa, meio e ataque, além do treinador e outras peças.
As saídas de Evanílson, Gilberto, Dodi e mesmo Odair Hellmann não foram repostas. O Flu jogou com o que teve e recorreu à base para encontrar em Xerém e no próprio elenco alternativas para continuar na disputa. O auxiliar permanente Marcão assumiu o time, e mais uma vez consegue manter bom aproveitamento: 52%, pouco abaixo dos 54% de seu antecessor.
Fred reencontra bom futebol
A receita de 2021, dentro do proposto, repete os primeiros anos do Fluminense após o fim da vencedora parceria com a Unimed. O ídolo Fred é o líder do grupo, com auxílio de alguns veteranos, apostas e contando com a força da base.
Nenê, em ótima temporada, é o artilheiro do time com 20 gols, mas o camisa 9 é o destaque pelo retorno mantendo a idolatria e reencontrando o bom futebol. Se marcou apenas quatro vezes desde que voltou ao clube, em maio, o veterano de 37 anos vem jogando bem e também tem sido garçom, com duas assistências — número que poderia ser maior não fosse a falta de pontaria dos companheiros.
'Geração de ouro' desabrocha
Em 2019, João Pedro e Marcos Paulo, destaques da 'geração de ouro', pularam etapas nas divisões de base do clube para ajudar o Fluminense a escapar do rebaixamento. Os dois jovens combinaram para oito gols no Brasileirão e foram peças importantíssimas na campanha de recuperação da equipe, cada um em um momento do campeonato.
Com a iminente saída de Marcos Paulo para o Atlético de Madri e já com João Pedro no Watford, o 'Casal sub-20' deu lugar aos coadjuvantes dentre os nascidos em 2001 e 2002: Calegari, Luiz Henrique e Martinelli.
Os três assumiram a titularidade em momentos de maior irregularidade do Flu na competição, que invadiu 2021 por conta da pandemia de coronavírus, e se tornaram destaques do time, principalmente com Marcão. Além deles, André, capitão em todas as categorias, também vem sendo utilizado.
Com essa receita, o Tricolor se prepara para o primeiro dos últimos cinco desafios para voltar à Libertadores após oito anos. A equipe enfrenta o Bahia, amanhã (3), na Arena Fonte Nova. Além disso, torce para o Palmeiras, campeão da competição continental nesta temporada, na Copa do Brasil. Caso o Verdão bata o Grêmio e fature o mata-mata nacional, uma vaga direta a mais se abre no Brasileirão, e se a tabela se mantiver como nesta rodada, o Fluminense seria o beneficiado.
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