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Rodrigo Caetano prepara "varredura" por melhorias no futebol do Atlético-MG

Novo diretor de futebol do Galo iniciou trabalho e quer integrar setores estratégicos para otimizar resultados - Pedro Souza/Atlético-MG
Novo diretor de futebol do Galo iniciou trabalho e quer integrar setores estratégicos para otimizar resultados Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

09/01/2021 04h00

A nova diretoria do Atlético-MG promove mudanças em setores estratégicos do clube e logo nos primeiros dias da gestão do presidente Sérgio Coelho alterações importantes já são observadas. No departamento de futebol acontece uma exponencial alteração no organograma, com a saída de Alexandre Mattos, tido como um dos mais badalados dirigentes do país, para a chegada de Rodrigo Caetano, também um expoente no universo dos executivos da bola no Brasil.

Com 50 anos de idade e 18 de profissão, Caetano chegou a Belo Horizonte para iniciar trabalho no sétimo clube da carreira, o primeiro em solo mineiro. Experiente, o novo diretor de futebol do Galo já sabe o que precisa fazer preliminarmente para atingir melhores resultados. Por isso, prepara uma varredura especial no intuito de conhecer melhor o clube, saber como funcionam os departamentos essenciais a fim de otimizar os resultados finais.

"Estou numa imersão de muitas informações. Eu preciso das informações e é isso o que tenho feito desde que cheguei, tanto na parte administrativa, como no departamento de futebol. O momento é de diagnóstico, de atrapalhar o mínimo possível, de ser notado neste momento o mínimo possível. É o momento de, talvez de forma silenciosa, pensar e planejar a temporada de 2021, porque esta ainda é a temporada de 2020 (...) é ser colaborativo ao extremo", analisou em sua coletiva de apresentação na Cidade do Galo.

Em entrevista recente ao UOL Esporte, Rodrigo Caetano disse que é preciso que o executivo melhore e consolide processos internos, unifique áreas estratégicas — que vão desde a fisiologia, logística, preparação física, técnica, transição das categorias de base — que tenha conhecimento do planejamento e seja criativo para gerar receitas importantes para o clube. E é justamente isso que o profissional pretende realizar no Atlético-MG.

"Fortalecer os processos. É óbvio que você passa por um filtro e por aprovações. Ela vai desde a aprovação técnica até a financeira. Eu tenho que envolver o CEO (responsável pelas operações gerais em uma empresa) do clube e o CFO (responsável pela área financeira) do clube. Eu os conheci, tanto o Plínio [Signorini, o CEO] quanto o Paulo Braz (CFO). Reuniões constantes, estabelecer e consolidar os processos para a gente pensar sempre em melhorar o que já temos. É isso o que a gente vai fazer nesse período", explicou.

O dirigente também falou sobre o trabalho do executivo de futebol ir além da montagem de equipes e que é preciso tempo para que os processos e protocolos "reajam" dentro da expectativa e direcionamentos do que foi planejado.

"Nosso trabalho não é apenas de montagem de elenco. É necessário tempo. Muitas vezes a exigência de um resultado imediato fica atrelado somente às contratações. Vejo as avaliações de nomes que passam por um clube numa gestão de um executivo. Mas não acredito que um executivo de futebol esteja fazendo contratações somente a seu gosto. Isso não existe. Mas você está mais perto de conquistas quando você tem tempo. Espero que aqui no Galo eu tenha o tempo necessário", disse.

Atualmente o Atlético-MG tem o aporte financeiro do "Grupo dos 4 Rs", formado pelos empresários Rafael Menin, Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, empresários chamados de "mecenas" e que já investiram mais de R$ 200 milhões por meio de empréstimos sem juros ao clube.

Esses empresários fazem parte do grupo colegiado, cujo papel é o de definir e decidir temas de importância para o Galo. E um desses temas será sobre contratações, com participação de um dos "Rs": Renato Salvador. Ele será um braço direito do presidente Sérgio Coelho no departamento de futebol.

Há a previsão de mais investimentos para contratações em 2021. No ano passado o Atlético-MG contratou 19 jogadores, mas a previsão é que para esta temporada esse número seja menor.

"Talvez um número menor de contratações. Aqui não vou estar falar em questão de investimento, não vou entrar no mérito do valor, mas talvez em posições pontuais que venham a agregar qualidade a este elenco que, na minha visão, já é um elenco de muito bom nível, muito bom nível mesmo (...) o momento é de diagnóstico. Sobre o elenco, nós estamos planejando e discutindo. Já tivemos uma primeira reunião com o Sampaoli e a comissão técnica, mas no sentido de planejar a temporada de 2021 e não o final da temporada de 2020, que finda agora em 2021", disse Caetano.

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