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Cruzeiro "estreia" dirigente em situação oposta ao Atlético-MG de Caetano

Rodrigo Caetano e Andre Mazzuco assumem os departamentos de futebol de Atlético-MG e Cruzeiro, respectivamente - Ricardo Duarte e Rafael Ribeiro
Rodrigo Caetano e Andre Mazzuco assumem os departamentos de futebol de Atlético-MG e Cruzeiro, respectivamente Imagem: Ricardo Duarte e Rafael Ribeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

08/01/2021 04h00

A temporada de 2020 ainda não acabou já que o calendário precisou ser alterado pelos impactos da pandemia da covid-19, mas já pensando neste ano a dupla rival em Minas Gerais promoveu mudanças em seus departamentos de futebol. No Atlético-MG assumiu Rodrigo Caetano, vindo do Internacional, enquanto no Cruzeiro o escolhido foi André Mazzuco, cujo último trabalho foi no Vasco.

Ambos já se encontram em Belo Horizonte, sendo que o cruzeirense acompanhará primeiro uma partida oficial do novo clube, já que a Raposa visita o Sampaio Corrêa hoje (8), às 21h30, no estádio Castelão, no Maranhão, pela 33ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

A troca de comando nas importantes pastas de cada clube não é a única ligação entre eles. Ambos já estão em terras mineiras, além de terem trabalhado no Vasco e integrarem o quadro de membros da Associação Brasileira de Executivos do Futebol (Abex). No prisma individualizado do trabalho de cada um, porém, não haverá tantas similaridades, mas, sim, grande disparidade.

A começar pela divisão de cada equipe no Campeonato Brasileiro: o Atlético-MG na Série A e o Cruzeiro, que não conseguiu o acesso, se mantendo na Segunda Divisão em 2021. Outro importante detalhe é o orçamento que cada um terá para desenvolver o seu trabalho.

Rodrigo Caetano, que substituiu Alexandre Mattos, será ponte entre a Cidade do Galo e o presidente atleticano recém-empossado Sérgio Coelho. Entre Caetano e Coelho haverá ainda Renato Salvador, um dos empresários que compõe o grupo colegiado, formado por outros mecenas — empresários que investem dinheiro no Atlético-MG — como Rubens Menin, Rafael Menin e Ricardo Guimarães.

Enquanto isso, André Mazzuco, que ocupará a cadeira que era do ex-atacante Deivid — mantido no Cruzeiro, mas em outra função —, terá um orçamento bem reduzido por diversos motivos: queda e dificuldade de gerar receitas, falta de bilheteria (até que sejam liberados jogos com torcida), e pagamento de dívidas urgentes.

Trabalho no Galo

Também chamado de "Grupo dos 4 R's", os Menin, Salvador e Guimarães já aportaram mais de R$ 200 milhões no departamento de futebol alvinegro em 2020. E há previsão de mais investimento para esse ano, o que continuará sendo válvula motriz para o Galo e "turbinará" o trabalho de Rodrigo Caetano.

O Conselho Deliberativo atleticano aprovou no fim do ano passado a previsão orçamentária de R$ 60 milhões para contratações e aquisições de direitos econômicos de atletas. Em 2020 o orçamento foi de R$ 20 milhões, cerca de 10% do que realmente foi gasto, tendo em vista que os mecenas investiram quase dez vezes mais por meio de empréstimos ao clube.

Trabalho no Cruzeiro

André Mazzuco assume o Cruzeiro com uma missão mais inglória do que Rodrigo Caetano. Enquanto o executivo do time rival, que mesmo em dificuldade financeira tem recebido ajuda dos mecenas, a "torneira celeste" de dinheiro não "jorrará" dinheiro como no Atlético-MG. Pelo contrário.

Mazzuco precisará usar a criatividade para montar um time competitivo e barato para disputar as competições de 2021. E precisará também ser bem assertivo para economizar, já que as receitas do Cruzeiro estão bem comprometidas.

"O futebol é movido por paixão, emoção, pelo torcedor, o elemento fixo dos clubes. Muitas vezes, de acordo com a situação de ambiente que nós nos confrontamos, a situação dos clubes nos quais estamos inseridos, ela não permite que você tenha os mesmos objetivos que o espectador espera. Talvez o momento do clube é outro, você refazer um trabalho, reconstruir algo pela dificuldade financeira ou pelo perfil de anos anteriores que o clube passa. Por mais que você tenha um projeto interessante na mão, talvez não dê tempo, pois a gestão tem dois, três anos, e ela muda", analisou André Mazzuco em entrevista ao projeto Fut Talks, da Universidade do Futebol, em agosto do ano passado.

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