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Zagueiro ou volante? Marquinhos diz que venceu "perturbação" sobre posição

Zagueiro de origem atuou nas finais da Liga dos Campeões da Europa como volante em agosto - Lucas Figueiredo/CBF
Zagueiro de origem atuou nas finais da Liga dos Campeões da Europa como volante em agosto Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

05/10/2020 16h27

Marquinhos foi titular do Paris Saint-Germain na reta final da Liga dos Campeões da Europa como volante, à frente da linha formada por Thiago Silva e Kimpembé e ao lado de Herrera e Paredes para construir o jogo pelo meio na final contra o Bayern de Munique. Após o início da temporada 2020/2021 ele voltou a jogar como zagueiro - sua posição de origem - e já emendou três partidas seguidas na posição.

Aos 26 anos, e novamente convocado pela seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 para jogar como zagueiro, ele diz que já superou essa "perturbação" sobre a posição de preferência.

"Eu venho há alguns anos fazendo esse balanço de uma posição e outra. No começo me perturbava um pouco, pode ser, mas hoje me sinto acostumado e adaptado. Nas finais da Champions League atuei como volante, mas agora depois das pequenas férias que a gente teve, nos primeiros jogos que tivemos, atuei como zagueiro três jogos seguidos. Isso vem cada vez mais sendo uma coisa adaptável e normal nas minhas atuações. Tento o mais rápido possível me adaptar e não perder as funções que cada posição tem", discursa o polivalente.

Na seleção, Marquinhos deve voltar a formar dupla de zaga com Thiago Silva, que ao fim da temporada trocou o PSG pelo Chelsea. A memória das atuações lado a lado do passado é a garantia de sucesso no time de Tite: "Já temos muitos anos trabalhando juntos, só de olhar um já sabe o que o outro fará dentro de campo. Infelizmente tivemos que seguir caminhos diferentes em clubes, mas aqui na seleção felizmente podemos colocar nossa bagagem e experiência juntos à disposição do professor."

A seleção brasileira treina com grupo completo amanhã à tarde e terá só mais duas atividades antes de enfrentar a Bolívia na sexta-feira, às 21h30, na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, em São Paulo - é o clube onde Marquinhos foi revelado. Na terça-feira seguinte, visita o Peru em Lima para completar as duas primeiras rodadas das Eliminatórias.

Seleção - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Marquinhos, durante apresentação da delegação na Granja Comary. Ele já teve Covid-19 em setembro
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Veja outras respostas de Marquinhos:

Jogo no estádio do Corinthians

"Minha casa. Realmente é um lugar muito especial para mim, onde passei dez anos no Corinthians, morei em Itaquera por cinco anos, onde era o alojamento da base. É muito especial para mim, fico feliz por voltar lá. Mas são circunstâncias difíceis, temos que respeitar, fazer aquilo que a gente pode fazer. Queríamos muito ter nossa galera, sempre que jogamos ali a torcida fez um diferencial muito grande, campo bom, a torcida iria ajudar. Mas temos que saber fazer com esse protocolo, esse novo jeito."

Recuperação da Covid-19

"Estar aqui [com a seleção] é um momento diferente e ao mesmo tempo especial para nós depois de tanto tempo fora da seleção, estamos tendo oportunidade de voltar e atuar dentro desse contexto, tentando seguir o protocolo o máximo possível, tomando cuidado. Eu já fui contaminado e muitas pessoas da minha família, mulher e filhos, que tiveram febre e tossiram bastante, ruinzinhos. A gente acabou afastando as pessoas que não estavam contaminadas, pai, mãe, irmã, mas eu, minha mulher, filhos, amigos e duas irmãs foram contaminados. Fiquei dez dias em casa sem poder treinar ou ir aos jogos, perdi dois jogos do Paris, mas graças a Deus nada muito grave, sabemos a gravidade dessa doença e o quanto afeta as pessoas. Apenas sintomas como resfriado, gripe, dor de cabeça, dor no olho, perdi o cheiro e o gosto, bastante sintomas, mas nada muito grave."

Situação do vírus em Paris

"Vinha melhorando, os bares e restaurantes abriram, a vida começando a se tornar um pouco mais normal, agora regrediu de novo. Estádios tinham 5 mil, agora apenas mil pessoas, falam em fechar tudo novamente para evitar contaminação, porque veio uma segunda onda forte e tem que tomar cuidado. Sobre mim, é um momento em que não sabemos muito como é, vemos pessoas pegando a doença mais de uma vez, estamos sempre fazendo exames, higienizando as mãos com máscara, é um protocolo de segurança para todos."

Pouco tempo para treinar

"Estamos acostumados, temos que nos adaptar o mais rápido possível dentro do balanço da seleção e do clube. Temos uma base forte aqui na seleção, todos acostumados com o sistema de jogo. Sempre bom estar aqui, o professor passa coisas úteis. Vemos tentando refrescar nossa memória com plano de jogo nessa transição clube-seleção, recebendo informações do estafe da seleção. Dentro desses dias maximizar nosso trabalho com vídeos, conversas e treinamento intenso em campo."

Boa fase de Neymar

"Ele vem em um momento extraordinário na carreira, fez jogos extraordinários nas finais da Champions e foi muito importante para a gente. Nos primeiros jogos do Francês ele vem atuando muito bem, conseguiu manter nível de jogo. Isso é muito importante que ele esteja assim, bem e feliz, crescendo, evoluindo. Quem é amigo fica feliz, que a seleção só venha a acrescentar e dar motivação a um jogador muito ambicioso que quer sempre estar batendo metas, objetivos, vencendo."

Favoritismo da seleção

"Tudo depende do que a gente vem fazendo dentro de campo. Claro que a seleção brasileira tem sua história, seu respeito, mas tudo depende do que faz dentro de campo. A gente não está muito preocupado com essa parte de favoritismo, ele não ganha jogo, não ganha Copa do Mundo. Foco é fazer um bom trabalho, ganhar esses jogos de agora, mostrar evolução e bom trabalho, isso que temos que focar nesse momento, esquecer favoritismo e o respeito que as pessoas têm pela camisa para colocar em prática tudo o que fazemos de melhor para dar resposta dentro de campo."