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Renato pede calma e diz: "Se achar que estou atrapalhando, peço para sair"

Renato Gaúcho pediu paciência para torcida do Grêmio com desempenho do time - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Renato Gaúcho pediu paciência para torcida do Grêmio com desempenho do time Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/09/2020 13h20

Renato Gaúcho se manifestou após a coletiva do presidente Romildo Bolzan Júnior. E defendeu o trabalho. Mantido no comando do Grêmio — hoje completando quatro anos no cargo — o comandante pediu paciência, disse que o desempenho não é tão ruim quanto se comenta e afirmou que no momento que achar que atrapalha, pedirá para sair.

"Se eu achar que estou atrapalhando, serei o primeiro a sair. Nunca vou ficar no clube que eu amo, e me dedico há quatro anos, e hoje completa quatro anos, prejudicando. Quando eu achar que estou prejudicando, peço para sair. Eu resolvo isso em dois minutos com presidente. Todos meus contratos, não coloco um real de multa. Tenho caminho aberto para entrar e sair. Se o Renato sentir que está prejudicando, não vai querer ficar. Essa decisão eu mesmo tomo antes da diretoria. Não estou aqui para ganhar ou ser mandado embora. Não vou brigar com o presidente, eu mesmo chego e agradeço. Mas o momento é de tranquilidade e trabalho", disse Portaluppi.

Renato ainda citou que é hora da torcida ter paciência e união para o time se recuperar.

"O que o torcedor precisa é ter mais paciência. Com calma, todo mundo vai conseguir se recuperar. Infelizmente nós somos culpados dentro do clube porque viciamos nosso torcedor a vencer todos os jogos. Quando falo em torcedor ter calma, é por isso. Vamos colocar em dúvida um trabalho de quatro anos, com vários títulos, porque não estamos num momento tão bom? Não consigo entender", explicou.

Portaluppi citou as campanhas do Grêmio na Libertadores e no Brasileiro para sustentar que o time não está tão mal quanto comentam torcedores e imprensa.

"De repente não estamos num momento tão bom, mas não é um momento péssimo. Vamos pensar nos resultados. Estamos com quatro pontos na Libertadores, o líder da nossa chave tem sete. Vencemos fora de casa, que é muito difícil. No Brasileiro, se vencermos o jogo atrasado, ficamos cinco pontos atrás do líder. Onde está a crise no Grêmio? Não vem jogando bem? Não vem, pelos problemas que sabemos, jogadores chegando, muitos no departamento médico. Mas não entra na minha cabeça isso que se fala", disse.

O treinador ainda falou da pressão que sofrem os técnicos do país para vencerem ou acabarem ameaçados de demissão. Neste ponto, citou o técnico do Inter, Eduardo Coudet, e a derrota do Flamengo na Libertadores.

"Se sai o Renato, e entra outro, quantos dias vocês darão para ele? Quanto tempo ele terá para trabalhar? Daqui a pouco serão feitos contratos por vitórias. Você tem 20 jogos, precisa vencer 18 ou está demitido. Olha ao ponto que chegamos no futebol. E disso todo mundo é culpado, inclusive a imprensa. Se diz que os treinadores armam esquemas para não perder os jogos e permanecerem nos cargos. Eu não, graças a Deus, aqui no Grêmio temos uma relação muito boa. Mas falo pela classe. Eu cito o Coudet, que eu está fazendo um ótimo trabalho no Inter. É líder do campeonato, e se estava questionando ele. E tantos outros. O maior exemplo é o Flamengo, com melhor elenco do Brasil, que ontem levou cinco, com titulares. Não se ganha todos os jogos", completou.

Antes, Romildo Bolzan Júnior havia confirmado a permanência da comissão técnica e informado a saída do executivo de futebol Klauss Câmara. No próximo domingo, o Tricolor encara o Palmeiras.

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