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Diniz cita vacilos em gols do River e diz que "faltou calma" ao São Paulo

Fernando Diniz  - Fernanda Luz/AGIF
Fernando Diniz Imagem: Fernanda Luz/AGIF

Do UOL, em São Paulo

17/09/2020 23h14

Fernando Diniz viu de forma positiva a postura do São Paulo no empate com o River Plate, por 2 a 2, hoje (17) à noite, no Morumbi, pela Copa Libertadores. Para o comandante, a equipe brasileira ficou mais perto de vencer o jogo. Curiosamente, os dois gols do Tricolor paulista aconteceram após a bola desviar em jogadores adversários em chutes e cruzamentos de Reinaldo.

"Achei que o time correu, não faltou entrega, deveria ter jogado melhor e poderia ter vencido. Não faltou espírito de luta. Faltou um pouco mais de calma nos lances que a gente teve, e não vacilar nos gols do River. É um time que temos de ponderar que foi semifinalista em 2017, campeão em 2018, e em 2019 foi vice jogando melhor do que o Flamengo, tem o mesmo treinador há seis anos, a mesma base e só enriquecendo o elenco nos últimos três anos. Não é algo para desconsiderar. Tínhamos de ter vencido e jogamos para vencer, só que a gente não jogou contra qualquer time e acho que tivemos mais chances do que o River", disse Diniz.

O São Paulo volta a jogar na competição continental na próxima terça-feira, quando encara a LDU, no Equador. O Tricolor paulista ocupa a terceira colocação com quatro pontos somados.

"Acho que o primeiro jogo [do São Paulo na Libertadores] é o que mais pesa. Tivemos uma partida praticamente ganha nas nossas mãos contra o Binacional. Naquele jogo, sim, por causa de concentração, e um certo relaxo que tivemos, levamos a virada em Juliaca. Contra a LDU fizemos um dos melhores jogos sob o meu comando. E o jogo de hoje é totalmente diferente, na volta da pandemia. Jogo equilibrado em que tivemos mais perto de ganhar do que de empatar", analisou o treinador.

Confira a entrevista de Fernando Diniz:

Substituições

Demorei porque achei que o time estava bem e estávamos mais perto de fazer o gol do que o River. E a gente não faz a substituição por fazer. Achei que fazer a substituição antes não iria surtir o efeito que eu gostaria. Eu tive um pouco mais de paciência para fazer a substituição. Fiz no momento que achei adequado. E é um time que não joga há seis meses, mas tem um entrosamento. É só você ponderar e imaginar se você prefere ficar seis meses sem jogar e com uma equipe há cinco semanas treinando, mas com um time que joga junto há mais de três anos. Qual o efeito que vai ter da falta de ritmo do jogo? E qual efeito do entrosamento de tantas conquistas e de tanto tempo jogar junto? Não podemos desmerecer o empate. Não podemos ficar contentes com o empate, mas não achar que o empate se deu apenas porque o River está há seis meses sem jogar. Depois vamos ter o jogo da volta, temos de ganhar os jogos. Temos de ir a Quito e fazer uma grande partida para avançar para a segunda fase da Libertadores

Jogo equilibrado

Não sei se as perguntas são feitas por causa do empate. Se a gente tivesse feito o gol no último minuto, e tivemos uma chance muito clara com o Boia, as perguntas seriam as mesmas? Não vi esse jogo hoje. Achei que foi um jogo equilibrado, porque o time do River é muito bom, cascudo de Libertadores, joga junto há muito tempo. Mas achei que tivemos mais interesse de ganhar do que o River. Foi um time que tentou em todo momento retardar o jogo, talvez pela falta de ritmo de jogo. Mas a gente teve interesse de ganhar do início ao fim. É que é difícil de jogar com o River, em que pese que eles estão seis meses sem jogar. É um time que sabe jogar a competição. E a gente teve mais chance de ganhar do que o River. Não é um jogo para fazer críticas severas ao time e ao elenco. Acho que precisamos melhorar, acreditar mais no nosso potencial para vencer os jogos que temos pela frente e conseguirmos a classificação.

Velocidade

Não acho que o maior problema é a falta de velocidade. Acho que a gente tem de acreditar mais no nosso potencial. Temos um elenco jovem e com bons jogadores, mas praticamente remontamos o time depois da pandemia. Isso é algo que pesa. O River fez uma pressão alta na gente. No primeiro tempo saímos com um pouco mais de facilidade, no segundo tempo tivemos mais dificuldade. A gente pressionou também, e eles não saíram com a bola embaixo em nenhum momento do jogo, eles não tiveram domínio do jogo pela saída. Foi um jogo difícil, que teve equilíbrio e tivemos mais chances de vencer do que o River.

Concentração

Não dá para reduzir um jogo de futebol a esse tipo de questionamento de que falta concentração. O gol do River de empate foi em uma bola de arremesso lateral do Reinaldo em que a gente tinha mais condição de fazer um ataque promissor do que de levar um contragolpe como tomamos. Então, tivemos um erro que não dá para reputar como falta de concentração. Quando você joga contra um time bom e você comete erros fáceis que não espera cometer, você abre possibilidade de o adversário aproveitar. E o River aproveitou. Eles fizeram dois e tiveram uma chance com o Pinola de bola parada, e foi isso que aconteceu. Tivemos mais chances de marcar, teve o lance do Boia, um chute perigoso do Igor Gomes, outro do Hernanes, chegamos com mais tranquilidade pelos lados do campo. Repito: não temos de esmorecer, muito pelo contrário, temos de melhorar o que fizemos hoje para aumentar as chances de vitória em Quito.

Pablo

Sobre o Pablo temos de enaltecer o sacrifício. Era uma lesão que a princípio levaria mais tempo. Ele se sacrificou muito para poder nos ajudar. Não sei se foi a falta de ritmo que pesou tanto ou fato de ele estar ressentindo algo da lesão, porque ele jogou no sacrifício para nos ajudar.

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