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Coronavírus reforça imagem de Messi "Che Guevara" e o aproxima de C.Ronaldo

Messi liderou as negociações com a diretoria do Barça e fez doação para hospitais - LLUIS GENE / AFP
Messi liderou as negociações com a diretoria do Barça e fez doação para hospitais Imagem: LLUIS GENE / AFP

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/04/2020 04h00

O futebol mundial paralisou. A pandemia do coronavírus afastou as grandes estrelas dos campos e competições. Os grandes craques, neste momento, agem fora das quatro linhas em ações de solidariedade. Um dos maiores exemplos é Lionel Messi, que, confirmando a postura mais ativa fora das quatro linhas, tomou a frente das negociações sobre a redução salarial do Barcelona e virou um líder com características semelhantes ao de Cristiano Ronaldo, o rival de uma geração.

O português sempre assumiu uma postura bem pública em questões sociais e solidárias, inclusive no combate à covid-19. Enquanto se encontra isolado na Ilha da Madeira, Cristiano Ronaldo financiou a construção de UTIs em hospitais de Lisboa e Porto. Desta vez, Messi também abandonou a tradicional discrição para reforçar a ajuda no combate à doença.

O craque argentino doou 1 milhão de euros (R$ 5,79 milhões) divididos igualmente entre um centro médico de Barcelona e outro de Rosário, cidade natal do camisa 10 do Barça. No clube, ele também assumiu a postura de liderança na negociação com a diretoria sobre como permaneceria o pagamento aos jogadores profissionais.

Messi Che Guevara - Reprodução/L'Equipe - Reprodução/L'Equipe
Messi virou "Che Guevara" na cala da L'Equipe
Imagem: Reprodução/L'Equipe

Por intermédio de sua conta no Instagram, Messi anunciou o acordo do elenco e apresentou uma postura combativa contra próprios membros da diretoria.

O argentino liderou as negociações para, com essa redução de 70% dos salários dos jogadores, manter o pagamento integral de funcionários do clube catalão e reclamou de como funcionou a negociação, com cobranças públicas sobre os atletas.

"Não deixa de nos surpreender que, de dentro do clube, houve quem tratou de nos pressionar para fazer algo que deixamos sempre claro que faríamos. Se não falamos até agora era porque a prioridade era encontrar uma forma real de ajudar o clube e também aqueles que serão os mais prejudicados nessa situação", declara a nota divulgado por Messi.

A postura levou Messi a ser comparado a "Che Guevara" pelo jornal francês L'Equipe e só aproximou as figuras de Messi e Cristiano Ronaldo. Os craques, ativos nas mensagens de prevenção e pedidos de permanência das pessoas em casa, simbolizam o atual momento do futebol, que trocou a ação com a bola nos pés pela solidariedade e combatividade fora das quatro linhas.