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Maikon Leite: Copa do Brasil pelo Palmeiras supera Libertadores com Santos

01.dez.2012 - Marcado por Bruno Rodrigo, Maikon Leite, do Palmeiras, se prepara para chutar a gol - Junior Lago/UOL
01.dez.2012 - Marcado por Bruno Rodrigo, Maikon Leite, do Palmeiras, se prepara para chutar a gol Imagem: Junior Lago/UOL

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

30/03/2020 04h00

Ele foi pivô de disputa entre Santos e Palmeiras, já valeu R$ 136 milhões e, agora, estava no futebol do Amazonas antes da paralisação no futebol devido à pandemia do coronavírus. Aos 31 anos, o atacante Maikon Leite pode dizer que já levantou nove taças numa carreira de altos e baixos, e, surpreendentemente, não classifica a Libertadores como a mais especial da carreira.

Ao lado de Neymar e Ganso, Maikon Leite conquistou a Copa do Brasil de 2010 e a Libertadores de 2011, além de dois Campeonatos Paulistas, com o Santos. Ainda assim, o título da Copa do Brasil de 2012 com um Palmeiras desacreditado, para ele, foi mais especial. Mesmo que o atacante seja mais parado nas ruas pelo importante gol marcado pelo Peixe contra o Cerro Porteño (PAR) naquela edição do torneio continental.

"Até hoje todo santista me lembra desse gol, dessa vitória, e lembram que fiz parte do maior título do clube nos últimos anos. Esse carinho diz tudo sobre o meu profissionalismo", disse em entrevista ao UOL Esporte, para depois completar sobre o título com o Verdão: "É uma conquista especial, e essa digo que ainda maior, porque poucas pessoas acreditavam no time e fomos campeões com uma certa autoridade em todos jogos. Fomos seguros e conquistamos a Copa".

Maikon Leite chegou ao Santos vindo do Santo André em 2008 e surpreendeu com boas atuações até romper todos os ligamentos do joelho em lance assustador. Um ano depois, ele voltou a romper um ligamento do mesmo joelho. Quando retornou, já em 2010, jogou pouco nas conquistas do Paulista e Copa do Brasil e acabou emprestado ao Athletico-PR.

O bom Brasileirão pelo clube do Paraná fez o atacante voltar com moral para a Baixada Santista e despertar o interesse do rival Palmeiras. A seis meses do fim do vínculo com o Santos, Maikon Leite assinou um pré-contrato com o Verdão no início de 2011 e ainda atuou por seis meses pelo Santos, vencendo Paulista e Libertadores, mas ficando fora do Mundial do final do ano. Mesmo assim, ele não se arrepende da decisão.

"Nunca me arrependi até porque a prioridade era do Santos e eles, em um primeiro momento, não fizeram muita "questão", digamos assim, e quando eu estava num grande momento no clube, o Palmeiras chegou e não tive dúvida", contou.

Nessa época, o Peixe tentou reverter a situação e manter o jogador no clube, mas o Palmeiras já havia se protegido e estipulado multas de R$ 60 milhões para mercado interno e R$ 136 milhões para o externo. No novo clube, Maikon Leite estreou com gol e foi ovacionado.

Não tem como esquecer, estrear com gol e vitória marca demais qualquer jogador com o clube

Pelo clube da capital paulista, Maikon Leite conquistou duas Copas do Brasil, 2012 e 2015, e uma Série B, em 2013. Ele pertenceu ao Palmeiras até 2016, mas durante o período foi emprestado algumas vezes, atuando por Náutico, Atlas (MEX), Sport e Al-Shaab (EAU). Para ele, foi no México em que viveu sua melhor fase.

"No Atlas, do México, acredito que tive um ano bem intenso, com boas atuações, porém as conquistas pelo Santos fazem o clube ser mágico pra mim, um período incrível", afirmou.

O atacante, inclusive, carrega a "magia" do Santos por onde vai, e sempre precisa contar uma história ou outra do período em que atuou ao lado de Neymar.

Muitas perguntas. Sempre existe a curiosidade, algo normal e já sei lidar com isso. Me sinto honrado em ter jogado com o Neymar e, claro, ser campeão com o grande craque da nossa seleção.

Depois do Palmeiras, Maikon Leite rodou por Toluca (MEX), Bahia, Ceará, Figueirense, Brasiliense e Amazonas. Ele não nega que, pelos clubes mais humildes por onde passou, percebeu nos adversários um interesse maior em vencer um duelo com um atleta com o seu currículo.

"Todo jogador com passagem em clubes grandes e de uma história gigante como eu tive carrega isso em todo lugar que passa e acaba sendo um sabor especial, mas na hora o que vale é o jogo em si e isso só fica pra fora do campo", contou.

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