Topo

Felipe Melo elogia Bolsonaro e lembra: "95% dos amigos da favela morreram"

Felipe Melo, zagueiro do Palmeiras - Marcello Zambrana/AGIF
Felipe Melo, zagueiro do Palmeiras Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Do UOL, em São Paulo

18/03/2020 12h05

Felipe Melo, jogador e capitão do Palmeiras, voltou a elogiar o presidente Jair Bolsonaro e relembrou como começou no futebol criança, em uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro, em Volta Redonda: "95% dos meus amigos da favela estão mortos", afirmou o jogador em entrevista ao jornal argentino Clarín.

"Nasci e cresci na pior favela do Rio de Janeiro. Minha mãe estava sempre em casa e meu pai trabalhava todos os dias. Não tinha comodidades, mas não me faltou nada. Desde pequeno sonhava em jogar futebol, não sei o que teria sido da minha vida... Era futebol ou futebol. Às vezes ia treinar e na volta me encontrava com um amigo que havia sido baleado. 95% dos meus amigos da favela não existem mais, estão mortos. Elegeram outro caminho e já não existem mais", afirmou o jogador ao lembrar que muitos se envolveram com o crime.

Melo também negou que tenha sido sondado pelo Boca Juniors em algum momento, mas disse admirar "o jeito Boca de jogar, de deixar a alma em campo". O brasileiro também elegeu Messi, "o melhor jogador da história" para ele.

"Não posso falar sobre Pelé porque não o vi jogar. E de Maradona só me lembro do Mundial de 90 quando ganharam do Brasil com gol de Caniggia. (...) Vi Messi jogar e ele é incrível. Mais do que Cristiano Ronaldo, porque Cristiano pode fazer 5 gols, mas Messi faz 5 e ainda dá gols aos companheiros, então é mais completo.

Da sua experiência jogando contra o argentino comentou da dificuldade que é marcá-lo. "Messi é um jogador único. Quando a seleção brasileira jogava contra ele, dizíamos que 'tínhamos que chutá-lo, ir girando'. Se não é difícil, um jogador assim não há como marcar. E não digo chutá-lo para machucá-lo, mas uma falta técnica, controlar o ritmo, pará-lo", disse o brasileiro.

PERSONAGEM FELIPE MELO

Conhecido pelo temperamento explosivo e pelo jogo pegado, Melo foi questionado sobre ser um personagem em campo. Ele disse que não, que é assim. "Dentro de campo sou igual a fora. Claro que fora sou mais tranquilo, mais suave. Dentro de campo é meu ganha pão. Algo que tenho que fazer para ganhar porque o Palmeiras paga a comida da minha casa, com foi na Juve, na Inter, no Galatasaray. É o mínimo que tenho que fazer. O futebol é um trabalho e o trabalho tem que ser muito sério, não há tempo para piadas".

ELOGIOS A BOLSONARO

Conhecido pelo apoio ao presidente Jair Bolsonaro — ele diz ter sido o primeiro entre jogadores a apoiar o político, antes mesmo da campanha presidencial —, Melo elogiou o presidente.

"Eu gostava da maneira como ele conduzia a situação", disse. "Hoje tenho uma amizade com ele, falamos sempre que possível e um cara que não mudou em nada, segue sendo igual. (...) Gosto de Bolsonaro porque é ele quem me dá esperança", completou.

Questionado sobre o motivo de tanta admiração, Melo respondeu: "A maneira com que ele fala com a imprensa, o jeito sincero, é um cara que responde a tudo. E no Brasil não estamos acostumados a isso, estamos acostumados ao politicamente correto, que falem o que querem ouvir. Gosto que seja um cara transparente, correto e verdadeiro".