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Justiça paraguaia nega liberação de Ronaldinho para prisão domiciliar

Ronaldinho e Assis chegam algemados para audiência de custódia - NORBERTO DUARTE/AFP
Ronaldinho e Assis chegam algemados para audiência de custódia Imagem: NORBERTO DUARTE/AFP

Ricardo Perrone

Do UOL, em Assunção (PAR)

10/03/2020 10h09Atualizada em 10/03/2020 12h43

A Justiça paraguaia negou, nesta terça (10), o pedido da defesa de Ronaldinho e de Assis, seu irmão, para trocar a prisão preventiva deles e por domiciliar. Ambos não participaram da audiência liderada pelo juiz Gustavo Amarilla e aguardaram o resultado detidos na "Agrupación Especializada da Polícia Nacional".

"Em prisão domiciliar, Ronaldinho poderia obstruir as investigações ou fugir. São só cinco dias de investigações e ainda existem diligências que exigem a presença de Ronaldinho aqui. Por exemplo, o Ministério Público está com os celulares dos dois. Serão checadas informações e dados serão cruzados para ver realmente qual era a intenção deles no Paraguai", declarou o juiz Gustavo Amarilla.

O juiz retirou de Ronaldinho e Assis a imputação de crime de produção de documentos falsos. Com isso, deixou apenas a acusação de uso dos passaportes falsos. A prisão preventiva de ex-jogador e irmão pode durar até seis meses.

Para entrar com o recurso solicitando a mudança para a prisão domiciliar, os advogados apresentaram um imóvel no Paraguai para servir como local de cumprimento da prisão domiciliar. A primeira tentativa da defesa foi de responder em liberdade.

A defesa dos irmãos alega que houve uma série de ilegalidades na decretação da prisão preventiva. Eles foram detidos por usarem documentos falsos ao entrar no Paraguai.

Promotor já tinha se posicionado contra liberação

Em entrevista coletiva concedida nesta terça, o promotor Marcelo Pecci, do Ministério Público do Paraguai, afirmou que seu órgão se posicionou contra transformar a prisão preventiva do Ronaldinho Gaúcho e Assis em domiciliar.

O promotor explicou que a defesa dos irmãos apresentou uma casa avaliada em entre US$ 700 mil e US$ 800 mil dólares. Além de moradia, ela também serviria como fiança. Seria a garantia de que os dois não deixariam o Paraguai durante o processo que investiga o uso de documentos paraguaios falsos pelos dois.

Audiência do caso Ronaldinho no Paraguai - Divulgação/Ministério Público do Paraguai - Divulgação/Ministério Público do Paraguai
Imagem: Divulgação/Ministério Público do Paraguai

"Esse valor não é suficiente perto do que o senhor Ronaldinho faturou no último ano esse valor seria pelos dois, muito baixo. Entendemos que não há garantias para conceder a domiciliar. Se essas pessoas deixam o Paraguai, o Brasil não as extradita. Estamos falando da soberania paraguaia", afirmou promotor".