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Mattos e funcionários do Palmeiras relatam drama em voo: "Filme de terror"

Do UOL, em São Paulo

21/07/2019 20h06

A viagem tensa do Palmeiras para a Argentina foi como um "filme de terror". É o que relatou o diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, em entrevista à TV Palmeiras. Além do cartola, o segurança Cristiano Oliveira e o coordenador de fisioterapia Jomar Ottoni contaram um pouco do drama vivido no avião que levava a delegação de Fortaleza para a cidade de Mendoza e que precisou arremeter duas vezes após ser atingida por fortes ventos ao tentar pousar.

O Palmeiras precisou parar em Rosário, depois seguiu para Buenos Aires, ficando ao todo mais de 10 horas dentro da aeronave. Como as condições climáticas continuaram ruins, o clube decidiu ficar na capital argentina para descansar. O voo fretado da GOL deve fazer uma nova tentativa de voo para Mendoza amanhã. Os alviverdes jogam por lá na terça-feira, às 21h30, contra o Godoy Cruz, na abertura das oitavas de final da Copa Libertadores da América.

Confira os depoimentos dos palmeirenses sobre o voo:

Saímos de Fortaleza por volta da meia-noite, em um voo de seis horas de duração até Mendoza. Me recordo claramente da hora em que veio o aviso para colocar o cinto. Uns 20 minutos antes da aterrissagem, a aeromoça passa, pede para fechar a mesinha. Eu estava vendo um filme e ai começa um verdadeiro filme de terror. O avião em um primeiro momento teve turbulência leve, que foi aumentando gradativamente. O avião foi reduzindo, abaixando, e ela (turbulência), aumentando. A sensação que dava era de que tinha algo de baixo para cima empurrando as asas, que ficavam balançando. Veio a primeira tentativa de pouso, faltando uns dez, sete minutos, quando o piloto simplesmente arremeteu. E foi com bastante turbulência também. Foi bem aterrorizante. Ele deu uma volta em Mendoza, que também foi muito difícil, com as asas balançando muito, e veio a segunda tentativa de pouso. Foi tão dura e desgastante quanto (a primeira). Eu olhava para o lado e era uma aflição muito grande, um clima de tensão. Uns rezando, outros você via o desespero, a sensação de impotência. Até vir a decisão do piloto, que para quem estava dentro da aeronave foi uma eternidade, de direcionar para Rosário. Paramos para ver o que fazer e decidimos vir para Buenos Aires. Teve outra tentativa e já estávamos na pista quando o piloto avisou que as previsões eram complexas de definir se ia dar ou não para pousar. Foi quando tomamos a decisão de ficar e enfrentar essa aventura amanhã de novo. Não desejo isso a ninguém. É uma sensação de impotência terrível. Você está a não sei quantos metros de altura, numa velocidade, com muito barulho e tensão. Foi nosso filme de terror.
Alexandre Mattos, diretor de futebol

Você nunca espera que vá acontecer com você. Tanto tempo nesse ramo e hoje esses 40 minutos de pânico e terror. Chegou uma hora em que pensei: "É hoje". O doutor estava na minha frente, me ajudou bastante, deu remédio. Todo mundo gritando calma, que ia passar, que estava passando... Me lembro bem no fim, quando já estava acalmando, o Jean e o Deyverson se abanado... Foi muito, muito tenso.
Cristiano Oliveira, segurança

Foi triste e assustador ver isso. Graças a Deus os pilotos foram muito competentes de controlar essa intempérie da natureza. Depois vimos que foi um fenômeno não muito comum chamado "zonda", um vento, uma onda térmica que acontece e provocou vários incêndios na Argentina e muita destruição em Mendoza. Tomara que não tenha havido vitimas. Vamos com toda força desse grupo unido que temos pra reverter isso em força no campo.
Jomar Ottoni, coordenador de fisioterapia

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