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Argentina e Venezuela se enfrentam em meio à crise diplomática entre países

Messi sofre com a marcação em Argentina x Venezuela pelas Eliminatórias - Natacha Pisarenko/AP
Messi sofre com a marcação em Argentina x Venezuela pelas Eliminatórias Imagem: Natacha Pisarenko/AP

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/06/2019 04h00

Argentina e Venezuela disputam na tarde de hoje, às 16h, no Maracanã, uma vaga à semifinal da Copa América. O antagonismo entre os países, no entanto, extrapola o campo e colocam as nações em lados opostos na política.

O estremecimento das relações diplomáticas entre argentinos e venezuelanos chegou ao seu ápice este ano, com trocas de farpas públicas entre os presidentes Mauricio Macri e Nicolás Maduro, políticos que defendem visões de mundo totalmente antagônicas.

Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro na tentativa de mudar o panorama no país vizinho, Macri é constantemente crítico a Maduro. Ao lado do brasileiro, é um dos cabeças do "Grupo de Lima", um bloco criado por países que defendem mudanças e intervenções no país vizinho.

Mauricio Macri, presidente da Argentina - AP - AP
Imagem: AP

Em janeiro deste ano, o presidente "hermano", em visita a Bolsonaro, que também fez críticas públicas a Maduro, subiu o tom e disparou contra o venezuelano, ampliando a crise nas relações institucionais das duas nações:

"Maduro é um ditador que procura se perpetuar no poder com eleições fictícias, prendendo opositores e levando os venezuelanos a uma situação desesperadora e agonizante".

O contra-ataque de Maduro foi rápido. Em material divulgado pela televisão estatal, o governante criticou o viés neoliberal dos mandatários de Brasil e Argentina, e afirmou que o futuro de ambos não será dos melhores.

"Macri, na Argentina, é um homem que não pode sair na esquina. Jair Bolsonaro vai seguir o mesmo caminho", garantiu ele.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela - Yuri Cortez/AFP - Yuri Cortez/AFP
Imagem: Yuri Cortez/AFP

As dificuldades pelas quais passam os venezuelanos foi tema da entrevista do técnico Rafael Dudamel, que rechaçou a mistura de futebol com política. Apesar de sua fala dura, ele reconheceu que um triunfo em campo pode representar um momento de felicidade para o povo.

"Sabemos como repercute, como todo nosso país vendo a nossa seleção. Um país emocionado e orgulhoso. Lutaremos para que as pessoas tenham uma grande alegria", afirmou Dudamel.

No último encontro entre as seleções, vitória por 3 a 1 da "Vinotinto", em amistoso realizado em Madri. Na Copa América, apenas um país poderá marcar seu território e ocupar um espaço na semifinal da competição continental.