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Corinthians recua sobre acordo com BMG e admite R$ 12 milhões fixos em 2020

Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Arthur Sandes e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

25/01/2019 12h31

Uma ata de reunião do banco BMG, divulgada nesta sexta-feira (25), deixou o Corinthians com as costas na parede quando ao valor recebido pelo patrocínio máster. Após o documento falar em R$ 12 milhões fixos anuais, o clube foi obrigado a se explicar sobre o negócio.

Em nota oficial, o Corinthians diz ter preferido manter os detalhes dos valores em sigilo "por normas gerenciais" do BMG. "O clube sempre se limitou a declarar, quando perguntado sobre valores contratuais, o montante do adiantamento inicial, no valor de R$ 30 milhões, além da participação nos lucros", diz o comunicado.

Segundo uma fonte do clube confirmou ao UOL Esporte, estes R$ 30 milhões valem apenas para 2019; a partir de 2020, o valor fixo cai justamente para R$ 12 milhões - que será somado à participação nos lucros. Na nota oficial o Corinthians argumenta que "as projeções conservadoras" desta participação nos lucros partem de R$ 30 milhões. Na prática, o valor do patrocínio a partir da temporada que vem não passa de um palpite.

O comunicado divulgado pelo Corinthians exalta o viés "inovador" da parceria, que prevê participação dos lucros de uma plataforma online a ser lançada pelo banco. O patrocínio prevê um valor fixo - uma espécie de "piso" de pagamento - somado a estes adicionais, que serão contabilizados na venda de produtos e serviços exclusivos para os corintianos (poupança, investimentos, empréstimos, entre outros).

"A solução encontrada foi a ideal: conseguimos a participação em metade dos lucros gerados pela nossa base de torcedores nos próximos cinco anos e recebemos à vista o valor que necessitávamos para completar o ciclo de contratações de jogadores", defende-se o clube.

A polêmica teve início na madrugada desta sexta-feira, quando foi descoberta a ata de uma reunião do Conselho Administrativo do BMG no site do próprio banco. O documento data do último dia 15 e delibera que, na contratação do patrocínio à camisa do Corinthians, "deverão ser observadas as seguintes condições comerciais: taxa mínima de patrocínio no valor de R$ 12 milhões por ano", além da "taxa variável de patrocínio equivalente a 50% do resultado financeiro líquido auferido pelo Banco BMG com a contratação de referidos produtos". A ata saiu do ar após a repercussão do caso.

Leia a nota oficial na íntegra:

O Sport Club Corinthians Paulista esclarece sobre o contrato de parceria com o BMG, a partir da divulgação da ata da reunião do Conselho do Banco, que:

1 Os valores detalhados do contrato, por normas gerenciais do Banco, como já havia declarado seu principal acionista na entrevista coletiva, deveriam ser mantidas em sigilo até a formalização de procedimentos internos.

2 Consequentemente, o Clube sempre se limitou a declarar, quando perguntados sobre valores contratuais, o montante do adiantamento inicial, no valor de R$ 30 milhões, além da participação nos lucros. Tal valor foi efetivamente depositado na Tesouraria do Clube nesta semana.

3 A Diretoria do Clube sempre enfatizou que este era um contrato inovador, em que o Corinthians exigiu uma participação volumosa nos resultados da parceria e também uma colaboração importante no alívio da sua pressão de caixa.

4 A solução encontrada foi a ideal: conseguimos a participação em metade dos lucros gerados pela nossa base de torcedores nos próximos 5 anos e recebemos à vista o valor de que necessitávamos para completar o ciclo de contratações de jogadores. Como em qualquer negociação no mercado financeiro, quanto maior for a convicção do negociador no êxito da parceria, mais se exige de participação nos lucros e menos se luta por mínimos garantidos.

5 As projeções conservadoras de resultado final da associação já no primeiro ano de contrato colocam 30 milhões como piso. Dada a adesão da Fiel nestes primeiros dias, abrindo contas e engajando-se em manifestações nas redes sociais, pôde-se prever que os resultados serão ainda melhores do que os projetados.

6 Insistimos na tese de que este é o melhor contrato que já fizemos e o engajamento da Fiel abrindo contas na nossa plataforma comprovará esta verdade. Que outros clubes já estejam batendo às portas do Banco para assinar contratos semelhantes dá testemunho do mérito inovador desta parceria.