Em sua nova fase, Real apela até a brasileiro de 8 anos para reforçar base
O sucesso de Casemiro transformou o modo como o Real Madrid observa o futebol brasileiro. Em vez de buscar nomes caros e consagrados no passado, como Ronaldo e Roberto Carlos, o maior vencedor da Europa realiza trabalho detalhado de observação e tem levado cada vez mais cedo novos valores. Vinicius Jr, que custou 45 milhões de euros, é o último grande exemplo, mas há até uma criança de apenas 8 anos se formando jogador nas canteras.
Descrito pelo Real Madrid como um jogador de "excelente técnica com as duas pernas, visão de jogo e habilidoso", Miguel Marden Coppede nasceu em Goiânia em fevereiro de 2010. Desde o fim do ano passado, o menino veste a camisa branca e, inclusive, já tem perfil no site oficial do clube.
O jovem de oito anos começou a carreira na Espanha, quando a família já morava no país – o irmão mais velho conseguiu uma vaga na base do Getafe. Foi em um clube local da cidade localizada na região metropolitana de Madri que Miguel começou a jogar bola e iniciou sua trajetória para o atual tricampeão da Liga dos Campeões.
Miguel permaneceu dois anos no Getafe antes de atuar no campeonato da região da capital espanhola pelo Alhóndiga. Foram nove gols em 13 jogos, e atuações que renderam um teste no Real Madrid. O jovem goiano passou e acertou para atuar pelo sub-8.
Um ano depois, Miguel agradou e segue no clube como único estrangeiro da categoria até 9 anos. O caso exemplifica o trabalho de observação feito pelo clube, que chega a apostar em um brasileiro ainda criança para a base.
Há, porém, a extensão desta análise para outros continentes, O departamento de observação comandado por Juni Calafat, dirigente de confiança de Florentino Pérez no mercado e amigo de brasileiros como Ronaldo, é grande responsável por cada vez mais jovens deixarem clubes como Flamengo e Santos para defender o Real Madrid.
Juni Calafat, por exemplo, foi quem bateu o martelo na negociação que vai levar mais uma revelação brasileira para a capital espanhola. O dirigente se reuniu em Liverpool com o empresário Nick Arcuri e assegurou a contratação do adolescente Rodrygo, do Santos. Aos 17 anos, o atacante só viaja para a Espanha no ano que vem.
É de Juni Calafat o projeto de utilizar jovens brasileiros no Real Madrid Castilla ou nas categorias de base, a fim de completar a formação sob o estilo do clube. Se Miguel foge deste contexto de busca no Brasil, os outros três compatriotas das canteras seguem o plano que ganhou credibilidade pelo sucesso de Casemiro.
Além de Vinicius Jr., já cobrado por parte da imprensa espanhola para atuar no time de cima, o Castilla conta com o meia Augusto Galván, que deixou o São Paulo para atuar nas divisões menores do futebol espanhol. O investimento se aproximou dos R$ 10 milhões.
Já no sub-20, o Real Madrid buscou Rodrigo “Farofa”, jogador destaque do Palmeiras no Mundial Sub-17 de disputado na Espanha em 2017. O atacante, que possui o ex-jogador Edu (São Paulo e Betis) como um dos agentes, precisou de apenas uma competição com a camisa alviverde para chamar a atenção e assinar com o Real Madrid.
Investir em jovens virou prática depois do sucesso Casemiro. Caso Rodrigo, Vinicius Jr. Augusto ou, quem sabe, até o jovem Miguel atinjam o nível de titular absoluto do volante brasileiro, cada vez mais adolescentes e crianças vão deixar o futebol daqui para vestir blanco.
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