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Lopes lembra 'balada errada' que o levou ao doping e pensa em virar técnico

Marcello De Vico e Vanderlei Lima

Do UOL, em Santos e São Paulo

30/07/2017 04h00

“Ô, ô, ô, Lopes cheirador”. O grito de parte da torcida Mancha Alviverde perseguiu o meia por algum tempo. Pego no exame antidoping por uso de cocaína em 2000, justamente o ano em que chegou ao Palmeiras, Lopes precisou de força para superar o ‘apelido’ que recebeu ainda no começo da carreira - marcada por altos (artilharia da Libertadores 2001 com direito a três gols no mesmo jogo, contra o Cruzeiro) e baixos (rebaixamento para a Série B do Brasileiro em 2002).

Passados quase 17 anos do episódio que marcou sua vida profissional, Lopes ainda mostra-se arrependido não pelo uso da droga, que diz ter ingerido sem seu conhecimento, mas pelas ‘companhias erradas’ que acabou arrumando dentro do futebol. Em papo sincero com o UOL Esporte, o meia, que hoje atua pelo Volta Redonda – clube que o revelou – e planeja se aposentar no fim do ano, relembra detalhes da ‘balada errada’ que mudou a sua vida e conta como o Palmeiras podia ter minimizado o caso na época.

O meia Lopes, pelo Palmeiras - Flávio Florido/Folhapress - Flávio Florido/Folhapress
Imagem: Flávio Florido/Folhapress
"Olha, eu vou ser bem sincero mesmo... Não foi um momento triste porque, sinceramente, isso nunca aconteceu. Infelizmente foi numa balada que eu fui errada... Não vou citar o nome do jogador porque eu sei que esse jogador, inclusive, até ficou fora de um jogo do Palmeiras por uso [de cocaína]... Eu fui na balada do Vampeta, no Bar Terra Brasil, e me deram caipirinha; eu não bebia na época, eu não sabia o que tinha dentro da bebida, e infelizmente naquele jogo [Atlético MG] aconteceu isso. Eu estava jogando normalmente, achando que estava tudo normal, e justamente nesta partida contra o Galo deu o problema", lembra.

"Eu fui até para o hotel para jogar e aí fizemos a contraprova, e também deu positivo, e daí o Mustafá estava comigo, os dirigentes também, o Sebastião Lapola e o técnico Marcio Araújo, e eu me reuni com eles e falei: ‘Beleza então, já que deu tudo isso aí, já que vocês acham então [que usou cocaína], vamos fazer o seguinte, vamos fazer o exame de sangue e vamos ver se eu inalei a substância; se comprovarem isso vocês podem me crucificar, fazem o que vocês quiserem’, e então fizemos isso, quase ninguém sabe disso porque eu nunca falei, na verdade nunca me perguntaram...", acrescenta.

De acordo com Lopes, o Palmeiras poderia ter diminuído a repercussão do caso se contasse com um trabalho de marketing semelhante ao que existe nos dias de hoje.

"O Palmeiras também não divulgou na época, até porque, para eu pegar uma punição pesada, eu pegaria um ano, dois anos mais ou menos, e eu peguei quatro meses, olha a diferença... Então, nessa época comprovamos que [a cocaína] foi ingerida e não inalada. Foi uma situação que marcou para mim porque, se naquela época o Palmeiras tivesse soltado tudo isso, tivesse falado tudo normal, explicando que não foi uso e como realmente foi, hoje, se fizesse um marketing, nada disso teria acontecido com a minha carreira, não chegaria nessa situação negativa. Eu não tenho mágoa [do Palmeiras], o próprio clube não sabia se defender na época. Eu acredito que o Palmeiras não tinha marketing o suficiente, que hoje tem... Hoje o futebol é um outro mundo".

Dono de duas academias em Joinville e com planos para virar treinador, o meia de 38 anos também recorda muita coisa boa: a descoberta do seu futebol por Murtosa, auxiliar de Felipão, o baque que sentiu ao deixar o Volta Redonda para atuar pelo Palmeiras, o título da Copa dos Campeões em 2000, a artilharia da Libertadores com nove gols na mesma edição, a estátua que recebeu no Japão e a história de como ganhou o apelido de Tigrão, ainda na época do Palmeiras.

VEJA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

Murtosa foi ao RJ para ver Lopes. E gostou do que viu...

Eu nasci em Volta Redonda, mas fui criado na cidade de Pinheiral, no estado do Rio de Janeiro, e quando eu fui para o Volta Redonda eu saí daqui de um time que chama Palmeiras também... É uma coincidência muito boa: esse Palmeiras era de Pinheiral, e também tem as cores verde e branco, e o meu pai era diretor do Palmeiras de Pinheiral com os amigos dele aqui da cidade, e aí eles me levavam desde os meus 13 anos... E eu comecei a tomar gosto pelo futebol e ir ao Volta Redonda, e nos meus 18 anos eu fui disputar o meu primeiro Campeonato Carioca pelo Volta Redonda... Fui jogar contra o Botafogo e o Murtosa, auxiliar do Felipão, estava neste jogo. Eu estava no banco porque eu tinha torcido o tornozelo no jogo anterior, contra o Fluminense, que eu fiz até gol... Aí o time estava perdendo e o treinador pegou e me colocou logo no primeiro tempo mesmo, e eu tive a felicidade de fazer dois gols e virar a partida. Na verdade, eu estava para ir para o Botafogo naquela época, eles estavam interessados em mim, e naquele jogo o Murtosa foi lá dar uma olhada e me viu jogar, e fiz dois gols, meti bola na trave, joguei bastante bem, e na outra semana acabou o Campeonato Carioca, o Volta Redonda não se classificou e a minha venda para o Palmeiras já feita por ele [Murtosa]. Eu simplesmente joguei, não sabia de nada, e voltei para casa normal, não sabia que o Murtosa estava lá para me ver. Só na outra semana é que eu fiquei sabendo, quando acabou o campeonato, isso em 2000.

Do Volta Redonda para o Palmeiras: “mudança muito grande”

Renato Abreu disputa a bola com Lopes na partida Flamengo x Volta Redonda - Alexandre Loureiro/Vipcomm - Alexandre Loureiro/Vipcomm
Imagem: Alexandre Loureiro/Vipcomm
Foi um susto porque eu praticamente não sabia nada de futebol, não sabia como é chegar numa cidade grande, como se comportar, e daí eu pedi para vários amigos opiniões, ensinamentos, para poder chegar bem preparado, mas infelizmente não foi isso que aconteceu porque a velocidade que a cidade de São Paulo tinha de oportunidades, em tudo, era muito grande, então para mim foi muito bom ir e participar da cidade e conhecer principalmente o Palmeiras, que me proporcionou tudo isso. Foi uma mudança muito grande chegar ao Palmeiras com jogadores consagrados: César Sampaio, Arce, Galeano, Sergio, que se tornou um grande amigo meu - ele é um cara que não muda nunca, é gente finíssima -, o Basílio, falo com ele até hoje. Aliás, o Sérgio e o Basílio são os que eu mais tenho contato até hoje, são os caras que eu mais respeito porque, depois do futebol, eles não mudaram nada, são iguais quando jogavam. Na época eu morei junto com o Alberto, ele também foi um cara que me deu um suporte grande quando eu cheguei, me mostrou tudo, me levava para os treinos - eu não tinha carro nem nada. Então é uma pessoa por quem tenho um carinho muito grande também.

Primeiro contato com Felipão: “fiquei nervoso”

Ah eu lembro sim: ‘seja bem-vindo, aqui é a sua nova casa, espero que você sê dê bem por aqui’. Eu fiquei nervoso, não consegui falar muito [risos], e daí fomos para o treinamento e a mesma coisa, nervoso, e eu falei: ‘Pô, eu acabei de sair de um Campeonato Carioca, jogando bem, fazendo de tudo, e agora chego no Palmeiras e não consigo cruzar uma bola, não consigo fazer nada que eu sabia de melhor, que é jogar futebol’, e eu falei: ‘Isso é impossível’, eu errava tudo... Inclusive no primeiro dia o Felipão me colocou no paredão ali atrás no CT - deve ter até hoje - e a gente ficava chutando para ver se acertava a bola direito, e eu falei: ‘não é possível que eu estou aqui’. Eu, sinceramente, modéstia à parte, batia muito bem na bola, e foi passando o tempo e eu no paredão ainda, batendo na bola, castigo [risos]. 15, 20 bolas por dia, mas era um castigo bom, porque ele queria o meu melhor. Isso o Felipão sempre fez com o atleta, exigir do atleta o que ele tem de melhor e fazer o melhor... Tinha atleta que ele batia, falava grosso, mas no meu caso ele dava muito carinho. E teve um coletivo em que eu me soltei, parece que eu esqueci de tudo, e aí fiz gols contra o time principal e o pessoal ficou todo assustado... Inclusive eu lembro até hoje que o Junior, lateral esquerdo, falou comigo e disse: ‘Esse é o menino que veio de Volta Redonda? Agora eu estou vendo, é esse mesmo’. Ele falou desse jeito para mim, com aquele jeito brincalhão dele, e depois daquele dia as coisas começaram a fluir, andou a coisa, eu consegui jogar bem... Naquela época eu não pude jogar a Libertadores de 2000, já tinha passado o tempo da inscrição, mas eu já estava no grupo; ganhamos do Corinthians naquele jogo dos pênaltis [defesa do Marcos em pênalti de Marcelinho Carioca], naquela semana que o Felipão falou um monte de besteira do Edilson Capetinha: ‘tem que dar um pau naquele nego’, ele falou um monte de coisa... Sei que deu um bafafá na época e eu estava lá com o grupo, porém só no elenco, e isso foi uma experiência muito boa.

Copa dos Campeões, sob o comando de Murtosa: “foi especial”

É especial porque foi o primeiro campeonato que eu disputei, e o Murtosa foi o treinador, foi justamente ele quem me trouxe, quem me revelou para o Palmeiras. O Felipão tinha ido para o Cruzeiro, e aí o Murtosa ficou com a gente para disputar a competição e fomos campeões juntos. Eu agradeci a ele por ter me contratado, e depois logo ele foi para o Cruzeiro também. Na época, o Murtosa falou assim: ‘Ó, o Felipão foi, mas agora eu estou aqui junto com vocês’, e também ficaram jogadores experientes como o Sergião, o Gilvan, Basílio, Pena, Asprilla, Agnaldo, então tinham bastante jogadores experientes que deram força até mesmo para o Murtosa. O grupo estava com juventude e experiência, então mesclou isso e fortaleceu, e a gente continuou jogando, jogando, ganhamos os jogos e, de repente, estávamos na final contra o Sport - eliminamos o Flamengo na semifinal - e fomos campeões. E o Palmeiras era um time que ninguém acreditava, porque estava reformulando a Parmalat, tinha saído o Felipão também...

Apoio da família e volta ao futebol: “vontade de apagar tudo”

Meia Lopes, ex-Palmeiras, com a família - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Primeiro eu pedi para o Palmeiras me liberar. Eu falei: ‘Me libera que eu preciso ir para casa da minha família’... Inclusive eu parei no posto para abastecer o carro e um cara falou: ‘olha o cheirador aí e não sei o quê’, e eu falei: ‘porra, puta que pariu’, eu entrei no carro e fui embora, e olha só como são as coisas: eu cheguei na rua das Palmeiras, onde os meus pais moram até hoje - também tem Palmeiras, você acredita nisso [risos]? Time Palmeiras de Pinheiral, Palmeiras e Rua das Palmeiras -, e tinham faixas na entrada da rua: ‘Seja bem-vindo Lopes, aqui nós conhecemos você, o seu caráter, a sua pessoa’... Eu cheguei na rua e chorei muito com a galera, com as pessoas que acreditam em mim; eu abracei todo mundo e fiquei em casa um tempo trancado para que as coisas esfriassem um pouco mais, ficar com a família e com os amigos, e foi passando o tempo e quando eu fui ver já passou o tempo de voltar para o Palmeiras... Aí eles me ligaram e mandaram retornar no início de janeiro de 2001; eu retornei, inclusive muito bem, voltei tranquilo, e as pessoas que estavam lá me receberam muito bem, o grupo do Palmeiras... Tinha sempre uma brincadeirinha ou outra, mas nada que eu me importasse muito porque eu já tinha a cabeça tranquila... E aí eu comecei novamente a jogar, jogando bem, fazendo gols, e eu com a vontade de apagar tudo isso para mostrar para as pessoas que não é nada disso: quando a pessoa é usuária, é usuária para sempre; ou você é usuário ou você vai para fazer tratamento, e eu não precisei nada disso; então é uma coisa que eu tenho consciência, as pessoas que forem ler esta entrevista vão saber que o que eu estou falando é a pura verdade.

Artilharia da Libertadores em 2001: “ano mais especial da minha vida”

Fomos até a semifinal. O último jogo foi contra o Boca Juniors, no antigo Palestra Itália. Esses nove gols da Libertadores foram no antigo Palestra Itália, e foi em uma Libertadores só. O jogo especial foi o 3 a 3 contra o Cruzeiro, eu fiz os três gols, o terceiro aos 45 minutos do segundo tempo. Eu fiz os nove gols em uma edição só. E esse ano de 2001 foi o mais especial da minha carreira, foi o mais importante... Foi o ano que eu ia para o Milan, mas aí não deu certo, deu errado por causa do empresário pelo percentual, eu já estava viajando... [risos]. Já estava com as malas prontas, a minha vida seria diferente. Eu falei com o Roque Junior na época, e ele me disse: ‘Ó, os caras querem você lá, a gente torce para você ir, eu vou falar bem de você lá’.

Arrependimento: “andava com as pessoas erradas”

Eu até falei com o Basílio estes dias, ele falou: ‘Lopes, você não foi para o futebol como é hoje, dinheiro, glamour, viver essa experiência de viver igual a um Ronaldo fenômeno, por exemplo, você não, você foi um jogador, você quis jogar futebol, se divertia jogando futebol e fazia com prazer, você foi esse cara que eu vejo’, e realmente eu me enquadro nessas palavras dele. Eu fiz isso e fico feliz de ter feito isso, porque me diverti muito e em todos os clubes que eu joguei eu fiz com prazer e com muita vontade de defender as cores que eu defendi, então eu não mudaria nada. Isso foi muito bom, foram coisas boas. Agora, de coisa ruim, o que eu mudaria é essa fase do doping, porque eu andava com pessoas tão erradas e me prejudicaram muito. E eu não classifico isso por causa da idade, não, até porque eu já era de maior, não tem que julgar por isso, não, foi mais por falta de companhia amigável, porque tem que escolher amigos e escolher pessoas boas para andar, e eu achava que tal amigo era bom naquele momento e foi o que eu achei, então eu vou fazer o quê? Foi um erro meu.

Rebaixamento para a Série B: “me crucificaram”

Na verdade, me crucificaram como se eu tivesse rebaixado o Palmeiras. Por eu estar em maior destaque na época eu passei como o culpado, mas eu acredito que não e vou explicar porque: se você pesquisar o ano todo de 2002, se não me engano eu joguei quatro, cinco jogos no Brasileiro... Eu ia para a seleção de 2002, o Felipão na época falou isso... Teve um Palmeiras e Grêmio lá em Porto Alegre e, chegando lá, ele falou: ‘eu vou te levar para a seleção, você vai ser convocado, mas fica tranquilo aí’, e eu falei: ‘tudo bem, pode deixar que eu vou ficar calmo’. No jogo contra o Asa de Arapiraca, pela Copa do Brasil, eu machuquei o joelho e depois daquele dia eu não joguei mais. Eu fui operar - o Alex contou tudo isso no livro dele, a história que o Vanderlei [Luxemburgo] me levou para um bruxo, eu dou muita risada sobre isso - e depois no segundo jogo, no Palestra Itália, perdemos por 2 a 1 e fomos eliminados...

Torcida do Palmeiras protesta contra time que estava à beira do rebaixamento em 2002 - Eduardo Knapp/Folhapress - Eduardo Knapp/Folhapress
Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress
Mas depois do primeiro jogo eu volto para São Paulo e no dia seguinte o Luxemburgo pediu para eu fazer essa operação com o bruxo que era amigo dele, e fomos lá, e eu acabei fazendo a operação no joelho; não adiantou nada essa questão do bruxo, o Vanderlei era muito estranho [risos]... Eu sei que a casa do bruxo era muito escura, enfim... Aí eu perdi a chance de ir para a seleção brasileira em 2002, era para eu ficar um mês e eu fiquei três meses recuperando o joelho... Aí o Vanderlei ficou meio bravo comigo porque eu contei essa história lá no clube para todo mundo [risos], e o Alex também contou, mas ele ficou bravo comigo [risos]. Depois eu voltei a jogar, num jogo contra o Paysandu, e num treino no Palestra Itália fizemos um coletivo e eu torci o tornozelo, daí fiquei quase oito meses sem jogar, rompi todos os ligamentos, e eu só fui voltar a jogar no último jogo do Brasileiro, contra o Vitória, no Barradão, no jogo em que foi rebaixado. Naquele jogo eu estava no banco - o time tinha Zinho, Arce, uma galera boa, tinham craques lá - e eu entrei durante o jogo e eles me crucificaram, mas poxa, eu só joguei quatro ou cinco jogos no Brasileiro, e o meu sentimento era o mesmo do palmeirense, o clube que me revelou, que me deu apoio nos momentos mais difíceis do doping, pagando o meu salário... Pô, me dediquei ao máximo para voltar bem, joguei bem, dei dinheiro para o clube, e eu queria que isso nunca tivesse acontecido com o clube, mas infelizmente aconteceu... O Levir Culpi me forçou a ir para o jogo até porque precisava ter força máxima e não sei o que, e eu acabei indo para o jogo machucado ainda, e não pude fazer nada porque eu entrei no segundo tempo no lugar do Itamar, no finalzinho... Eu joguei muito pouco naquele ano e fiquei com o sentimento ruim.

Não queria sair do Palmeiras após o rebaixamento, mas...

O Léo Rabelo, meu empresário, pediu para eu sair de lá [do Palmeiras], para eu ir para o Flamengo. Inclusive eu nem queria ter saído, foi uma briga muito grande entre o Palmeiras e o Léo Rabelo, mas eu não consegui ficar no Palmeiras porque o passe não era meu, e o Palmeiras queria me emprestar, e daí eu fui emprestado para o Flamengo. Não ficou uma dívida com o Palmeiras, mas ficou uma tristeza por eu não ter ficado e ter ajudado [a voltar para a Série A]. O meu desejo era ter ficado, mas não fiquei por causa do meu empresário e do próprio Palmeiras. Não foi o Lopes. Por mim eu ficaria no Palmeiras por muito tempo.

Apelido de Tigrão: “duvidaram de mim e eu dancei”

Na época do jogo em que eu fiz os três gols pela Libertadores [Palmeiras 3 x 3 Cruzeiro, quartas de final da Libertadores de 2001, no Palestra Itália] eu tinha encontrado com eles [Bonde do Tigrão] um dia antes, no Rio de Janeiro, e eu falei: ‘Se eu marcar gol contra o Cruzeiro eu vou dança a música de vocês’, e falaram: ‘Ah, duvido’, e duvidaram de mim, mas eu marquei os gols e dancei, e daquele dia ficou [o apelido]. Mas eu só dancei no primeiro gol [risos].

Ganhou estátua em passagem pelo Japão: “história boa por lá”

Eu tive uma passagem muito boa pelo Sendai, e inclusive eu tenho uma estátua lá, porque foi o time que eu subi, o time que eu fiz mais gols, fui o melhor do ano... Eu fiz uma história boa lá. Eu fiz 14 gols no ano, dei 25 passes para os gols do atacante Borges, 11 passes para os gols do Thiago Neves, dez passes para um lateral direito que chama Kim Yan fazer gol - e que nunca havia feito gol na vida, e fez gol comigo [risos].

Aposentadoria no fim do ano. Ideia é virar treinador

O meia Lopes, no Metropolitano - Divulgação/Metropolitano - Divulgação/Metropolitano
Imagem: Divulgação/Metropolitano
Agora eu vou fazer um curso de treinador. Vou amanhã no Rio de Janeiro para ver os dias do curso e o que eu tenho que fazer. Depois não sei se vou seguir essa linha, mas primeiro eu vou fazer esse curso. Na verdade, eu quero voltar ao Japão, pretendo ser treinador lá, porque no Brasil é muita burocracia, muita coisinha, né? E lá no Japão, graças a Deus, eu tenho mercado... Além do Sendai eu joguei também no Yokohama Marinos. A minha aposentadoria de jogador de futebol está próxima, penso que este ano eu termino e me aposento.