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Hexacampeão da Bulgária tem legião brasileira e dono milionário

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Imagem: Reprodução

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

24/04/2017 04h00

Quando a temporada começou, o Ludogorets tinha oito brasileiros. Agora, a dois meses do final, já são dez. O time búlgaro é, de longe, a equipe que mais investe em jogadores do Brasil entre os times que são considerados os maiores de seus países na Europa.

A obsessão pelos atletas verde-amarelos é tão grande que os próprios jogadores já fazem piada: “Todo mundo fala que, agora, jornalistas e torcedores terão de falar português”, conta Cicinho, ex-Santos.

Além do lateral, jogam por lá o goleiro Renan (ex-Avaí), o lateral esquerdo Natanael (ex-Atlético-PR), os volantes Lucas Sasha (ex-Corinthians) e Gustavo Campanharo (ex-Bragantino), os meia-atacantes Marcelinho (ex-Bragantino) e Wanderson (ex-Portuguesa), e os atacantes Jonathan Cafu (ex-São Paulo), João Paulo (ex-ABC) e Juninho Quixadá (ex-Bragantino). A cada partida, oito brasileiros são titulares.

Essa aposta é resultado do investimento do milionário Kiril Domuschiev no time. Empresário do ramo farmacêutico, ele comprou o clube em 2010 e resolveu apostar em brasileiros. Com eles, o Ludogorets venceu os últimos seis Campeonatos Búlgaros – incluindo a edição desta temporada.

Dos seis maiores artilheiros do torneio, cinco são do clube, sendo quatro deles brasileiros. O principal goleador foi o romeno Keseru, mas atrás dele aparecem João Paulo (13 gols), Marcelinho (12), Wanderson (10) e Cafu (10).

Segundo Cicinho, o segredo desse sucesso é justamente a união dos brasileiros. “A gente sempre faz de tudo para se sentir um pouco no Brasil. Procuramos estar sempre juntos. Eu mesmo fiz uma celebração em casa na semana passada, com todo mundo, porque ficamos sabendo o sexo do meu filho”, fala o lateral.

A presença de tantos jogadores brasileiros, aliás, foi o que motivou a ida de Cicinho para o futebol da Bulgária. “Eu conversei com os brasileiros que já jogavam aqui e eles falaram que, apesar de ser um lugar que não é muito visado no futebol, o time tinha muito a crescer. Tanto é que o time é reconhecido hoje. Demos trabalho quando jogamos contra times grandes”.

Além disso, alguns dos brasileiros já começam a atrair atenção de mercados maiores. Jonathan Cafu chegou a ser cogitado no Leicester quando Claudio Ranieri ainda era o treinador. E, nas últimas semanas, o Porto procurou o Ludogorets para saber mais sobre o ex-atacante do São Paulo.

Falta tempero na comida búlgara

Apesar da confraria brasileira criada na Bulgária, Cicinho admite que existem algumas dificuldades na adaptação. A maior delas é a comida. Segundo ele, a culinária do país dos Balcãs deixa a desejar no tempero. “Eles comem muito peixe e muita salada. O resto é suave, mas a comida é boa. Só tem que ser mais temperada. Trazemos os temperos do Brasil pra ter um gosto mais ao nosso paladar”.