Coxa mastiga queda na Copa do Brasil e tenta minimizar perdas financeiras
Menina dos olhos da diretoria do Coritiba, a ponto de estar vinculada a proposta que acabou não sendo bem sucedida a Ronaldinho, a Copa do Brasil foi um sopro na vida coxa-branca em 2017. Vice-campeão duas vezes seguidas entre 2011 e 2012, o Coxa apostava na visibilidade da competição em um ano em que não tem nenhuma competição internacional, saiu da Primeira Liga – em decisão conjunta com o rival Atlético-PR – e não acertou o contrato de TV do Estadual.
A Copa do Brasil tem sua arrecadação de direitos gerida pela CBF e uma premiação mais uniforme que o Brasileirão. Ainda assim, o Coxa era um dos privilegiados, fazendo parte da maior faixa de premiação caso avançasse. Ao cair na Copa já na segunda fase, levantou apenas R$ 1,25 milhão dos R$ 11.685.000,00 possíveis ao campeão - uma diferença de R$ 10,435 milhões. Numa projeção mais modesta, se conseguisse ao menos chegar às oitavas de final, o Coxa arrecadaria R$ 2,31 milhões.
“Temos que fazer o planejamento. Foi uma eliminação que a gente não esperava”, assumiu o vice-presidente Alceni Guerra, homem que está à frente das negociações de televisão do clube. “Nossas principais fontes de renda hoje são a televisão, cerca de 50% da arrecadação, depois sócios, a contribuição mensal. Pretendemos com algumas ações aumentar esse volume. O marketing está bom. Ronaldinho chamou a atenção, Anderson deu um bom marketing, o Atletiba da internet também deu”, analisou.
As perdas da Copa do Brasil se somam as já absorvidas pelas decisões políticas de sair da Primeira Liga por divergência no formato de cotas e recusar a proposta da TV para o Estadual. Estima-se que o Coxa deixou de arrecadar mais cerca de R$ 3 milhões sem os contratos acima. Guerra pondera que a receita não foi tão atingida. “As duas principais fontes não foram afetadas. Na TV, tivemos um aporte considerável do Esporte Interativo, o Estadual nunca foi significativo. O Nacional que é significativo, não afetou. Temos contrato com a Globo até 2018 e vamos continuar ganhando.” Sobre a Primeira Liga, Guerra defende a posição política adotada: “A saída foi por problemas que afetaram a imagem dos presidentes. Se sentiram vilipendiados.”
O Coxa também sofre um baque em bilheteria. Sem as copas Do Brasil e Sul-Americana e sem a Primeira Liga, o clube terá garantidas mais 7 partidas no Estadual, sendo 4 delas em casa. E outras 38 no Brasileirão, com 19 em casa. Se avançar no Paranaense, terá a chance de fazer outros três jogos no Couto Pereira até a decisão. Um calendário com mais 26 jogos em casa no máximo em 2017. A título de comparação, o rival Atlético terá, com a Libertadores, pelo menos outros 28 jogos em casa no ano, tendo já realizado 4 partidas com uma média de público de 17.470 pessoas, e considerando que o clube não avance nem às quartas no Estadual, não passe da fase de grupos da Libertadores, seja eliminado nas oitavas da Copa do Brasil e não consiga índice para a Copa Sul-Americana.
Com uma média de público de 7.165 pessoas até o jogo contra o ASA, o Coritiba arrecadou R$ 555.530,00 com ingressos, uma média de R$ 185 mil por jogo. Abrir o Couto Pereira gera um custo médio de R$ 90 mil por evento. Sabedor desse quadro, Guerra analisa que é uma mecânica que obriga o Coxa a ser um clube vendedor. “A terceira receita é venda de jogadores. Ainda não é a bilheteria. Então nós fomos eliminados ontem e seria um grande ganho pra nós a Copa, mas em termos de perda, não fomos tão afetados. O clube está adimplente em tudo e temos que ver como faremos daqui pra frente. Temos que achar solução para perda de bilheteria, enfim.”
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