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Arana foi batizado contra Palmeiras e agora tenta ser realidade corintiana

Guilherme Arana celebra o gol contra o Palmeiras em 2015: de volta ao dérbi - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Guilherme Arana celebra o gol contra o Palmeiras em 2015: de volta ao dérbi Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

21/02/2017 15h38

A preparação de jogadores é um dos méritos do sistema de trabalho do Corinthians nos últimos anos. Não necessariamente jovens da casa, mas nomes que triunfaram recentemente pelo clube como Paulinho, Jucilei, Felipe, Uendel e Bruno Henrique passaram por longos períodos na reserva e foram formados até a oportunidade para assumir uma posição importante. A hora e a vez dentro do elenco corintiano, nesse sentido, é Guilherme Arana.

Depois de três temporadas como reserva, o lateral esquerdo de 19 anos conquistou a posição na equipe principal na última partida do Paulistão, diante do Audax. Cria das divisões de base, passou por estágios importantes de formação com diversos treinadores e tem justamente diante do Palmeiras, na próxima quarta-feira, o primeiro grande desafio nesse novo período com a camisa do Corinthians.

Em setembro de 2015, com apenas quatro jogos como profissional corintiano no currículo, Arana foi escalado por Tite no Allianz Parque em um empolgante clássico contra o mesmo Palmeiras desta quarta-feira. Naquele dia, o jogo terminou empatado em 3 a 3, e o lateral esquerdo teve participação importante com um dos gols corintianos na casa do principal rival.

A boa desenvoltura de Arana encorajou Tite a mantê-lo na posição em que, na ausência do titular Uendel, tinham sido testados os improvisados Yago e Edílson. Ao todo, o jovem das divisões de base participou de 12 jogos na campanha daquele título brasileiro. Alguns deles, como a decisiva vitória sobre o Atlético-MG no Horto ou o jogo da taça contra o Vasco, em São Januário, tiveram participações importantes do garoto.

Esperança, queda e oportunidade para brilhar de forma intensa

Arana ganha oportunidade de Carille - Alê Cabral/Agif - Alê Cabral/Agif
Imagem: Alê Cabral/Agif

Tratado como realidade em 2016, Guilherme Arana foi dos jogadores que não conseguiram manter constância ao longo da temporada, o que ainda assim não abalou seu status para o novo ano. Ele foi criticado por participações em partidas como contra o São Paulo (derrota por 4 a 0) ou diante do Cruzeiro (derrota por 3 a 2) no Brasileirão, mas chegou à seleção Sub-20 em janeiro como uma das principais esperanças.

No Equador, Arana novamente teve desempenho irregular. Na avaliação interna da CBF, o jovem corintiano foi dos jogadores que não atingiram o nível que era esperado. Apesar de dois gols marcados, deu muitos espaços defensivamente e não apareceu como a referência que se esperava pudesse ser na avaliação do treinador Rogério Micale e toda sua equipe.

Mesmo assim, para o Corinthians, esse tipo de alternância faz parte da formação do atleta para alcançar maturidade. Mesmo com o bom conceito formado sobre Moisés, que retornou de empréstimo do Bahia e começou 2017 na equipe principal, a posição ficou guardada para Arana na volta da seleção.

Fábio Carille, hoje treinador e auxiliar responsável pelo treinamento dos defensores nos tempos de Tite, sabe bem da capacidade do jovem. Assim como Osmar Loss, comandante de Arana em duas edições da Copa São Paulo, uma como campeão e outra como vice, e agora auxiliar. Outro a atestar o potencial de Guilherme foi Sylvinho, auxiliar da seleção brasileira e da Inter de Milão, mas que cuidou bastante do jovem lateral em sua primeira temporada como profissional, em 2014.

Por sinal, na última janela de transferências para a Europa, em janeiro, foi justamente a Inter responsável pela única proposta oficial por Arana ao Corinthians, mas recusada por Roberto de Andrade. Aos empresários, aliás, a direção corintiana já avisou que não pretende facilitar uma negociação em 2017 e que aposta de maneira firme que ele possa se tornar um dos nomes importantes do clube a médio prazo. Exatamente como Paulinho, Felipe e companhia. Exatamente a partir do clássico com o Palmeiras.