Mancini quer ter time da Chape completo até dia 10: 'Vamos jogar com amor'
O técnico Vagner Mancini foi contratado pela Chapecoense em dezembro. Pela frente, teria provavelmente o maior desafio de sua carreira: reconstruir o time catarinense, que perdeu 19 jogadores – além de comissão técnica, funcionários e dirigentes – em um acidente aéreo no dia 29 de novembro.
Aos poucos, o trabalho tem sido feito. O clube formou uma primeira diretoria, uma comissão técnica e começou a contratar jogadores. Diante das dificuldades, a meta é começar o ano com o elenco formado. O próprio Mancini já trabalha com um prazo: 10 de janeiro, a 15 dias da estreia na Primeira Liga contra o Joinville.
“Nós sentamos e hoje e tentamos alinhar bastante coisa. É muito importante no início da temporada ter a oportunidade de realmente vislumbrar como vai ser o ano em termos de planejamento”, comentou o técnico da Chape, em entrevista coletiva nesta segunda-feira. “Tudo isso foi feito hoje, e a gente está (trabalhando) desde as 9h da manhã para que nada passe despercebido”, completou.
O trabalho da nova comissão técnica passa por várias peculiaridades. A Chape não tem uma base para montar seu elenco. Os jogadores que chegam precisam estar prontos para lidar com a carga emocional da tarefa. O prazo é curto. A exigência é grande. Dará certo?
Confira os principais pontos abordados por Mancini:
A chegada à cidade e ao clube
“Quando a gente chega, a gente se depara com a forma de tratamento e a amizade que existe dentro do clube. Isso é um diferencial, e eu sabia disso através de alguns amigos; mas quando você vem e tem a oportunidade de perceber o quanto é diferente, quando você está em um ambiente em que as pessoas fazem de tudo para que as coisas deem certo, esse é um fator motivante para que a gente tente fazer as coisas da melhor maneira e superar as dificuldades. Ter que montar um elenco inteiro é uma dificuldade enorme, e viver tudo isso dentro de um clube tão família nos dá motivação ainda maior.”
Carga emocional e o desafio para o futuro
“Seria o maior desafio que qualquer técnico que estivesse aqui teria. Eu tenho dito que não é simplesmente um trablho ou um convite - é muito mais que isso. É realmente uma missão. Eu me sinto lisonjeado, e a carga emocional será muito difícil de ser dissipada no início, mas a gente conta com o que falei: amizade, carinho, respeito e solidariedade que existe no clube e na cidade. A comunidade joga junto aqui.”
A montagem do plantel
“Nós estamos - desde o meu acerto até hoje - tentando montar esta equipe o mais rápido possível, levando em conta algumas coisas que eu acho fundamentais, como o perfil dos jogadores e do clube. Nós queremos atletas que não demorem a se adaptar com a filosofia do clube. Os atletas tem que ter o perfil técnico e tático que queremos, mas também precisam estar emocionalmente preparados. Até o dia 2 ou 3 (de janeiro) queremos estar com o grupo 80% montado. Temos que respeitar todas as partes, as férias dos atletas e tudo mais. Até dia 10, queremos estar com o grupo praticamente montado.”
Maior dificuldade de 2017
“Além de montar o elenco, temos que montar o departamento de futebol. Estamos acostumados a ver os 11 que entram em campo, mas por trás existe todo um aparato - e estamos tomando muito cuidado para não errar nisso. Com relação à equipe, a maior dificuldade que vejo é o entrosamento dos atletas. Em outras equipes, tem uma base para começar os trabalhos e você recoloca atletas para compor.”
Competições
“O desafio é enorme: começar do zero e ter que, em 20 dias, começar a jogar e competir. A alavanca para o grande trabalho do ano será a motivação e o amor dos atletas. Está sendo depositada uma responsabilidade boa sobre nós. Superação e motivação serão palavras-chave para conquistar os objetivos. Os adversários também terão dificuldades - eles encontrarão uma equipe motivada e com muita motivação.”
Estilo de jogadores
“Nós temos que trazer atletas experientes, com força e velocidade. Precisamos analisar bem os jogadores, e o mais importante: precisamos ir atrás de jogadores que tenham o perfil de entrega. Que honrem o time que representam, amem o que fazem. E, se precisar suar sangue, a Chapecoense vai suar.”
Dificuldades na montagem
“É lógico que esbarramos em dificuldades financeiras. A Chapecoense está tentando entender e se adaptar a tudo o que está acontecendo e pode acontecer lá na frente. Temos tentado outro tipo de apelo. O que vivemos aqui no clube, a vida em Chapecó... Nós temos tido muito êxito nas contratações.”
Responsabilidade por montar esse elenco
“Não é fácil, não. O único que monta o time como quer é o Tite. Aqui temos dificuldades, e isso pode mudar rápido. Ninguém tem o time que queria ter, mas diante daquilo que é possível, você monta o que é melhor.”
Categoria de base
“Nós já temos nove jogadores do sub-20 selecionados para começar o ano com a gente aqui no dia 3. Alguns meninos não irão à Copa São Paulo (de futebol júnior) para iniciar o ano junto com a gente. É importante ter atletas com o DNA do clube - assim como o Neném e o Martinuccio, que são elementos que fazem a gente ter a certeza de que teremos desde o início o sentimento dos jogadores que vivem o clube. Que eles possam passar isso aos que estão chegando rapidamente.”
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