Figueirense quer cancelar últimos jogos do Brasileiro 2016: "Não há clima"

O presidente do Figueirense, Wilfredo Brillinger, afirmou nesta quarta-feira que pretende buscar o apoio dos outros clubes da Série A do Campeonato Brasileiro para cancelar a última rodada da competição. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o dirigente afirmou não haver mais clima para futebol no Brasil em 2016 após a queda do avião da delegação da Chapecoense na Colômbia na madrugada de terça-feira.

“É uma ferida que só o tempo vai consertar, mas vai ser muito longo. Ainda não conseguimos avaliar as consequências de uma tragédia desse tamanho. Não temos espaço para pensar em competição de futebol”, afirmou o dirigente, que foi além.

“Acho que os presidentes (de clubes) podem ter uma movimentação para não ter (a última rodada). É um sentimento que partiu de atletas de fora de Santa Catarina. Acho perfeitamente compatível com o momento que estamos passando. Os dirigentes de Santa Catarina têm conversado neste sentido. Até porque não tenho como conversar com meus atletas para motivá-los. Foi um golpe muito duro. Acho uma posição coerente e temos que caminhar nesta direção”, disse o dirigente.

Para Brillinger, a própria situação da Chapecoense, que perdeu 19 jogadores na queda do avião, inviabiliza a realização das últimas partidas do Brasileiro de 2016. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, mostrou-se contrário ao cancelamento de jogos.

“Não tem a menor condição de ocorrer. A Chapecoense não tem nem elenco, e olha que não é nem esse o problema. O problema é psicológico, não tem mais clima para isso. Os outros clubes aqui de Santa Catarina também. Os clubes do Brasil como um todo, na verdade”, afirmou o presidente do Figueirense.

“Há uma comoção nacional e internacional. Não vejo clima para futebol no país em 2016. Conversamos com nossa comissão técnica, com nossos atletas, e o sentimento de perda é muito grande. Isso abala a todos nós, mas principalmente aos atletas”, completou.