Neymar vai prestar depoimento para a Justiça espanhola por conta do imbróglio envolvendo sua transferência para o Barcelona no próximo dia 2 de fevereiro e, por isso, o atacante pode perder uma eventual semifinal da Copa do Rei - os catalães ainda jogam contra o Athletic Bilbao nas quartas de final do torneio (no primeiro jogo, vitória por 2 a 1).
A defesa do atacante havia solicitado o adiamento do processo, mas o pedido foi negado pelo juiz responsável pelo caso, José de la Mata.
No mesmo dia Neymar, estará presente no julgamento o ex-vice-presidente financeiro do Barcelona, Javier Faus.
No dia anterior, serão ouvidos o atual presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu e seu antecessor, Sandro Rosell. Odilo Rodriguez e Luis Alvaro de Oliveira, presidente e vice-presidente do Santos na época da negociação, também serão chamados para depor sobre o caso.
Entenda o caso
Em junho de 2015 a Justiça espanhola abriu processo para investigar a transferência do atacante para o Barcelona, em 2013. A ação não tem relação com a movida pelo fisco espanhol, é fruto de uma queixa-crime da DIS, que detinha direitos sobre o jogador. O processo foi aberto pela Audiência Nacional, em Madri.
Além de Neymar, Neymar Santos (pai do atleta), Nadine Santos (mãe do jogador), Josep Maria Bartomeu (atual presidente do Barcelona), Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro (presidente do Santos na época), Odílio Rodrigues (então vice-presidente do Santos na época da transação) e a empresa N&N (pertencente aos pais do jogador) estão envolvidos na disputa.
Eles são acusados de fraudar contratos firmados no acordo entre Santos e o clube catalão. Quando contratou Neymar, o Barcelona informou ter desembolsado 57,1 milhões de euros. Posteriormente, o clube catalão admitiu que o gasto foi maior: quase 100 milhões de euros. Desse total, mais 40 milhões de euros vieram para a empresa do pai de Neymar no Brasil, por conta dos direitos do jogador.
A questão é que o Santos respondia por 55% dos direitos do atleta, e a DIS detinha 40%. Os 5% restantes pertenciam à Teísa (grupo de investidores). Mesmo não tendo porcentagem na negociação com o Barcelona, a família de Neymar recebeu a maior parte da transação, conforme contrato firmado entre a N&N e o Barcelona.
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