Vice do Cruzeiro se pronuncia sobre 'compra' de juiz e nega ajuda do apito
No dia seguinte à repercussão da entrevista do supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz, em que o dirigente alega já ter ‘comprado’ um juiz, a diretoria do clube mineiro saiu do silêncio e resolveu se pronunciar. Nesta manhã de terça-feira, o vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin, comentou sobre o assunto. Embora não seja a palavra oficial do clube, o cartola classificou a declaração como infeliz, citou momentos em que a agremiação mineira se sentiu prejudicada pela arbitragem e rechaçou qualquer suposta ajuda do apito em eventuais títulos celestes.
“Primeiro, é óbvio que a posição oficial quem dará é o presidente do clube. Posso falar como vice de futebol. Ficamos chateados, foi sem dúvida uma entrevista infeliz. O Benecy tem 45 anos como funcionário do clube. Pouca gente viu o programa. Ele vinha contando causos do futebol. É público que no futebol mineiro tem causos e lendas. Para quem conhece o futebol mineiro existe o caso do “Cidinho Bola Nossa”. Diz a lenda que num jogo entre o Cruzeiro e o rival, ele disse ‘a bola é nossa, bate rápido’, no caso do rival. Não sei se é mentira, mas é tratado como lenda. Há o caso do ‘Joaquim Cocó’, que ganhou o apelido porque a torcida do Cruzeiro achava seguidamente que ele favorecia o rival. Ele ganhou o apelido pelo som da ave que representa o rival faz. Também não sei se prejudicava ou não, mas é outra lenda. O Benecy falava sobre isso. Claro que foi uma declaração infeliz. Ele se confundiu todo na declaração. Coloca um goleiro que jogou na década de 70 e um treinador que comandou na década de 90. Começa a falar sobre alguém comprar o árbitro, depois diz que o dinheiro foi mal empregado. Mas desafio qualquer pessoa a dizer algum título do Cruzeiro que foi conquistado com ajuda da arbitragem. Poucos clubes podem falar isso, o Cruzeiro pode”, comentou Vicintin, relembrando os vice-campeonatos do Brasileirão contra Vasco e Corinthians.
“O Cruzeiro foi muito prejudicado e não teve essa repercussão. Em 1974, o Cruzeiro foi muito prejudicado e foi vice. Em 2010, também foi muito prejudicado, todos nós vimos. A diferença de ser tetra para ser hexa brasileiro passa por isso. Cheguei a ler que o Benecy comprava árbitros em várias décadas, o que é o cúmulo do absurdo. O Cruzeiro nunca admitiu isso. Mas a posição oficial do clube será passada pelo presidente, não sei se por nota, mas o que tinha para falar é isso”, acrescentou Vicintin.
Sobre uma eventual punição a Benecy por conta das declarações, a decisão será tomada pelo presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, após conversar com o supervisor. “Isso cabe ao presidente comentar. Ele não me chamou para comunicar nada sobre esse assunto”.
Benecy Queiroz chegou ao Cruzeiro em 1969, como preparador físico. De lá para cá, o dirigente já atuou em diversas áreas, até como treinador interino, e se tornou um 'faz tudo' na entidade. Hoje Benecy é supervisor de futebol, sendo um dos responsáveis pela logística de viagens e representando o clube em alguns eventos dentro e fora do país.
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