Times de futebol fazem festa gay e LGBTs podem torcer sem preocupação

Dois times de futebol com jogadores gays fizeram uma grande festa para ver o jogo do Brasil contra a Bélgica nesta sexta-feira (6). Mesmo com a eliminação brasileira da Copa, os Unicorns e os Futeboys aproveitaram a estrutura de uma balada no centro de SP para se reunir com outros amigos e simpatizantes e festejar.
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A balada Lions foi fechada e ofereceu três telões que transmitiram a partida, reunindo muitos torcedores pouco habituados ao universo esportivo. Ao todo 713 pessoas compraram ingresso. "Pra que serve esse spray?", perguntou um rapaz quando o árbitro espirrou a espuma no gramado para marcar o posicionamento da bola em uma falta. Seu amigo explicou a utilidade do instrumento de arbitragem.
"Muitos gays têm aversão ao futebol, seja porque sofreram homofobia quando tentavam jogar quando crianças, seja porque acham um esporte bobo e sem sentido", disse o analista de marketing Bruno Host, de 30 anos. "Isso é uma coisa que a gente tem tentado desmitificar." Ele é um dos fundadores do Unicorns FC, que há três anos faz treinos semanais e participa de campeonatos de futebol society.
A torcida na balada gay é bastante diferente de um espaço semelhante de maioria heterossexual. Sentados em puffs espalhados pelo chão de um dos ambientes, os torcedores vibram nos lances de perigo, mas não mostram a mesma agressividade contra os erros do time que homens héteros mostrariam. O goleiro Alisson e o atacante Neymar, considerados os mais belos do time, recebem atenção especial. Depois de muita tensão, a derrota foi lamentada, mas não representou o fim do mundo.
"Ficamos muito tristes com a derrota, principalmente porque terça que vem não será feriado", disse um dos deles, em referência à semifinal do Mundial, que agora terá França e Bélgica. "Eu vim mais pra paquerar porque estou carente", disse o ator Marcos Ferraz, rindo, para completar logo em seguida: "Tô brincando..."
Para um dos rapazes, acompanhar o jogo do Brasil junto com outros membros da comunidade LGBT foi uma chance de poder "ser quem você é, sem julgamentos". Nesse ambiente, eles podem torcer do jeito que quiserem e demonstrar carinho a quem quiserem sem o risco de represálias.
O tema da homessexualidade ganhou as páginas do noticiário do esporte desde que a Copa chegou à Rússia, um país que proíbe demonstrações públicas de afeto entre pessoas do mesmo sexo.
A festa "Beeem mininha", marcada para a hora do jogo do Brasil na balada "Metropol", também em São Paulo, trazia a foto do presidente Vladimir Putin maquiado em seu cartaz de divulgação, uma forma de protesto bem humorado. Drag queens foram convidadas a animar a torcida.
Já a "Season One", um bar que sempre transmite os episódios de RuPaul's Drag Race, dessa vez trocou o reality show preferido dos LGBTs pelo jogo da seleção. No convite da transmissão, os organizadores escreveram que "é bem complicado ficar à vontade nos bares heteronormativos."
"Percebemos que muita gente não tinha onde ver os jogos e por isso pensamos em um evento como esse", afirmou Bruno Host, do Unicorns. Depois do jogo, os telões foram desligados, e os DJs seguiram com a festa, tocando Anitta e Pablo Vittar, mesmo que o Brasil houvesse acabado de ser eliminado mais uma vez da Copa.
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