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Nigeriano quer revanche contra Messi e diz: "Quero mandá-lo para casa"

John Obi Mikel agradece apoio da torcida após vitória da Nigéria sobre a Islândia por 2 a 0 - Xinhua/Lui Siu Wai
John Obi Mikel agradece apoio da torcida após vitória da Nigéria sobre a Islândia por 2 a 0 Imagem: Xinhua/Lui Siu Wai

Do UOL, em São Paulo

26/06/2018 11h22

Nem a fratura na mão esquerda deve tirar o capitão da Nigéria, John Obi Mikel, da partida decisiva contra a Argentina nesta terça-feira, às 15h (de Brasília), no estádio Krestovsky, em São Petesburgo.

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Em texto publicado no site The Players Tribune, Obi Mikel lembrou do Mundial Sub-20 de 2005, na Holanda, quando levou a Nigéria à final da competição, mas foi derrotado justamente pela Argentina por 2 a 1. Mikel levou ainda a Bola de Prata, atrás apenas de Messi, autor dos dois gols da final e artilheiro do torneio.

“Na minha opinião, Messi é o maior jogador de todos os tempos. Ele é um gênio. Nunca haverá outro Messi. Mas em 2005, ele tirou algo de mim na Copa do Mundo Sub-20. Já faz muito tempo, nós não somos mais crianças. Mas eu pensei sobre esse jogo mais do que você pode imaginar. Eu ainda penso sobre isso. Eu gostaria de fazer ele pagar. Eu gostaria de mandá-lo para casa”, disse Mikel.

Ao longo do texto, Mikel fala sobre a infância difícil na Nigéria, a idolatria por Kanu, explica porque escolheu o Chelsea em vez do Manchester United, revela como John Terry o fazia perder o medo e afirma que o objetivo da seleção é o título do Mundial.

Infância e idolatria por Kanu

“Quando eu era criança, eu não tinha sapatos, muito menos chuteiras. Mas eu sempre estava na rua todas as manhãs, brincando descalço e quase sem roupa. Isso é o quanto eu queria ser igual ao Kanu. Ele era o cara. Kanu e Okocha eram os reis do futebol na Nigéria. Eu queria ser eles. Eu e meus amigos tentávamos encontrar uma TV para assistir às partidas do Arsenal por causa do Kanu”.

Escolha pelo Chelsea

“Meu pai queria que eu fosse ao Manchester United porque ele amava Alex Ferguson. De volta para casa na Nigéria, muitas pessoas estavam dizendo que eu deveria ir para o United porque eles trabalham muito bem com jogadores jovens e o Chelsea estava cheio de estrelas”.

“Eu tinha Sir Alex Ferguson me ligando de um lado e Roman Abramovich do outro, me colocando em Londres, em algum lugar onde apenas algumas pessoas sabiam onde eu estava. Foi muito confuso e eu era criança, sabe? Você sabe o que fez minha cabeça? O Chelsea havia contratado três outros jogadores da Nigéria comigo. Eles estavam comigo na casa em Londres para me fazerem companhia. Esses caras, suas vidas dependiam da decisão que eu estava tomando. Se eu fosse para o United, eles teriam ido embora. Se eu fosse para o Chelsea, eles teriam uma carreira. Não importa quanto tempo durasse, isso era importante para mim. Só para lhes dar uma chance. Eu escolhi o Chelsea e quatro vidas mudaram naquele dia”.

A liderança de John Terry

“Se não formos para as oitavas, vou assumir a responsabilidade porque é o meu trabalho como capitão. Eu aprendi o que era preciso para ser um líder com John Terry. Ele costumava te pegar pelo pescoço se achasse que você não estava levando o jogo a sério. Às vezes, o técnico nem falava conosco antes da partida. Ele deixava John falar. E John usava todos os palavrões do dicionário em seu discurso, e quando você saía do vestiário e entrava em campo, ele estava pronto para dar tudo para o time. Tudo. Ele sabia como tirar o máximo de você”.

Objetivo na Rússia

"Nosso objetivo não é vencer a Argentina. Nosso objetivo é ganhar a Copa do Mundo. Você pode pensar que é besteira, mas se não formos ambiciosos, então por que estamos na Rússia? A Nigéria não está aqui para usar um bonito uniforme. A Nigéria não está aqui para se divertir. A Nigéria está aqui para vencer".

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