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Copa 2018

Eles não jogam, mas são convocados como Neymar e ganham até "bicho" na Copa

Fernandão (à esquerda) e Marquinhos, segurança e massagista da seleção brasileira - Lucas Figueiredo / CBF
Fernandão (à esquerda) e Marquinhos, segurança e massagista da seleção brasileira Imagem: Lucas Figueiredo / CBF

Danilo Lavieri, Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Teresópolis (RJ)

22/05/2018 04h00

Tite chegou à Granja Comary no último domingo (20). Neymar, de helicóptero e ao lado de outros jogadores, desembarcou no início da tarde de segunda (21). Na manhã desta terça-feira, Alisson, Miranda, Paulinho e Philippe Coutinho completam a relação daqueles que estarão em campo na preparação para a Copa do Mundo. Fora de campo, no entanto, a lista é muito maior. Com nomes que chegam ao centro de treinamento em Teresópolis até uma semana antes e só largam o trabalho dias depois dos atletas, o estafe oficial terá 64 pessoas no Mundial da Rússia.

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São fisioterapeutas, seguranças, massagistas, roupeiros, auxiliares de rouparia e outros profissionais que, assim como os 23 convocados de Tite, aguardam o chamado para servir à seleção. Funcionários de times do Brasil, eles só trabalham para a confederação em chamados pontuais.

Marquinhos, Jaime Maciel, Cléber Xavier e Marquinhos, membros da comissão técnica da seleção - Divulgação/CBF - Divulgação/CBF
Convocados Marquinhos (massagista), Jaime Maciel (chef) e Marquinhos (massagista) juntos com o auxiliar Cleber Xavier (de agasalho)
Imagem: Divulgação/CBF

“A dinâmica é a mesma dos jogadores. Assim como envio um e-mail aos clubes informando do chamado do atleta, mando uma carta falando dos outros profissionais que estarão conosco”, explicou o coordenador de seleções, Edu Gaspar.

Quem agradou nas Eliminatórias e amistosos se garantiu na relação para a Rússia. E com benefícios semelhantes aos dos 23 jogadores. Sem salário fixo, os membros do estafe convocados faturam até com “bicho” nas vitórias.

O modelo, adotado pela gestão de Tite, foi repetido durante os 19 jogos desde o segundo semestre de 2016. Roupeiros, auxiliares, integrantes da administração e seguranças faturavam com premiações. “É um dinheiro justo para quem deixa seu clube, sua família e está aqui conosco ralando”, comentou Edu.

Nomes da era Dunga

Manoelzinho (à esquerda), roupeiro da seleção brasileira - Rafael Ribeiro / CBF - Rafael Ribeiro / CBF
Manoelzinho (à esquerda), roupeiro da seleção brasileira
Imagem: Rafael Ribeiro / CBF

A escolha, de acordo com a CBF, é feita por critérios técnicos e não se dá por afinidade. Nomes como Fernandão, segurança do Grêmio, e Manoelzinho, roupeiro do Fluminense, já ocupavam seus respectivos postos com Dunga e não tinham qualquer ligação com Tite e Edu Gaspar.

Outros nomes se juntaram ao grupo nos últimos meses, como o fisioterapeuta Caio Mello, do Corinthians, e Ricardo Rosa, que trabalha com Neymar e para o Paris Saint-Germain, na França.

Polêmica no passado

Tratada com naturalidade por CBF e clubes que cedem seus profissionais, a convocação de parte da comissão técnica já foi motivo de impasse entre as partes. No início de 2011, o São Paulo perdeu a paciência com as diversas idas do preparador físico Carlinhos Neves para a seleção e não renovou o contrato com o mesmo. Ele era homem de confiança do técnico Mano Menezes.

Restando ainda alguns jogadores a se apresentarem na Granja, todos os outros 41 membros da delegação já estão no local. Sem bola, eles comandam as atividades. A expectativa é que os holofotes se voltem ao campo na quarta, dia do primeiro treino no gramado.

O grupo fica em Teresópolis até sábado, quando ganha folga. No domingo, os 65 integrantes da seleção voam para Londres. Lá, a equipe utilizará o CT do Tottenham como base. O time disputará amistosos contra a Croácia, no dia 3 de junho, em Liverpool, e contra a Áustria, em Viena, no dia 10, antes da viagem para Sochi (casa na Rússia). A estreia na Copa será no dia 17, contra a Suíça, em Rostov.

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