Nova geração alemã atropela jovens de 2014. Até herói deve ver Copa pela TV
Foram incessantes as discussões e estudos sobre o porquê de o futebol alemão alcançar o topo na Copa do Mundo de 2014. Entre os pontos destacados se encontra o constante plano de renovação e crescimento de jogadores talentosos. A prova se encontra em 2018. Dos jovens preparados há quatro anos para serem protagonistas, poucos devem estar na Rússia em junho. Nasceu uma nova geração que “atropelou”, e até Mario Gotze, autor do gol do título no Maracanã contra a Argentina, corre grande risco de ver o torneio pela televisão.
Joachim Low levou sete jogadores sub-23 para a Copa de 2014. Deste grupo, apenas Julian Draxler (hoje com 24 anos) se encontra próximo de disputar o segundo Mundial consecutivo; Matias Ginter (24) esteve na lista para estes dois últimos amistosos, mas ainda briga por uma vaga no grupo que defenderá o título mundial. De resto, todos os outros devem apenas torcer pela seleção na busca do pentacampeonato.
O caso mais emblemático é de Mario Gotze (25), hoje novamente no Borussia Dortmund. Autor do gol do título alemão na Copa passada, o meia-atacante sofreu com graves lesões nos últimos anos e perdeu espaço para atletas como Leroy Sané (22), um dos grandes destaques do Manchester City dirigido por Josep Guardiola, e o próprio Julian Draxler, ambos candidatos a um lugar no time titular na Rússia.
Gotze não se firmou no Bayern de Munique e retornou ao Borussia Dortmund para reencontrar o futebol que o transformou em uma grande aposta da Alemanha. Porém, o talismã do Maracanã sofreu com um grave problema metabólico que quase o condenou à aposentadoria. A demora a reencontrar o ritmo e a temporada abaixo do clube surgiram como empecilhos, ainda mais em uma disputa direta com Sané e Draxler.
Fora Sané, outros nomes da nova geração “atropelaram” os antigos e cavaram um espaço cativo no grupo de Joachim Low. Se em 2014, o técnico apostou em atletas como Christoph Kramer (27 anos e titular há quatro anos na final contra a Argentina) e André Schürrle (27), hoje jovens como Joshua Kimmich (23), Leon Goretzka (23) e Emre Can (24) possuem o passaporte praticamente carimbado para o Mundial.
Entre os sete sub-23 chamados para 2014, três se apresentam com relativa força na disputa pelas 23 vagas. Além de Draxler e Ginter, chamados para os jogos contra Espanha e Brasil, o zagueiro Shkodran Mustafi (25), do Arsenal, soma convocações recentes. o defensor da equipe londrina, contudo, ficou fora do grupo que encarou espanhóis e brasileiros na semana passada.
Mustafi possui a concorrência direta de Niklas Süle (22), jogador do Bayern de Munique, campeão da Copa das Confederações e medalhista de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O jovem zagueiro contratado este ano pelo maior clube alemão esteve no grupo que atuou na última data Fifa antes da definição dos 23 atletas para o Mundial da Rússia.
Já Schürrle, Gotze e Kramer são preteridos há tempos. Autor de dois gols no 7 a 1 sobre o Brasil, Schürrle não atua pela seleção desde março do ano passado. Durm, opção trabalhada para assumir a condição de titular na lateral esquerda, sequer atua pelo Borussia Dortmund; Jonas Hector, do Colônia, assumiu o posto de titular com Low.
Em contrapartida ao grupo jovem de 2014 e atualmente preterido em sua maioria por Joachim Low, a nova geração aproveitou-se muito bem da chance dada pelo comandante na Copa das Confederações do ano passado. A Alemanha levou à Rússia uma equipe totalmente alternativa e se sagrou campeã.
Foi no torneio teste para o Mundial que Timo Werner se destacou e colocou-se como favorito a figurar como referência no ataque alemão na estreia diante do México, em 17 de junho. Na mesma competição, Kimmich, que desde a Euro 2016 assumiu a responsabilidade de substituir Philipp Lahm, se firmou ainda mais na lateral direita titular da equipe.
Para o grupo, Emre Can, Goretzka, Niklas Süle e Julian Brandt (21) também convenceram Joachim Low durante a conquista da Copa das Confederações no país do próximo Mundial. Todos estiveram no grupo para os amistosos contra espanhóis e brasileiros. Sinal de que o trabalho de renovação se manteve mesmo com o título no Brasil. Não há espaço para acomodação no forte time alemão, que pode até ver o herói Mario Gotze assistir os jogos na Rússia pela televisão.
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