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Copa 2018

No Uruguai, pai se garantiu na Copa do Mundo. Mas filho espera convocação

Lucas Torreira ainda busca chance de última hora no Uruguai; seu pai, radialista, já está credenciado para a Copa do Mundo - Luca Zennaro/ANSA via AP
Lucas Torreira ainda busca chance de última hora no Uruguai; seu pai, radialista, já está credenciado para a Copa do Mundo Imagem: Luca Zennaro/ANSA via AP

Do UOL, em São Paulo

17/02/2018 04h00

A família Torreira corre contra o tempo para contar com dois integrantes na Copa do Mundo de 2018.

Um deles já está garantido: é Ricardo Torreira, narrador esportivo de uma rádio da cidade uruguaia de Fray Bentos (a 309 km de Montevidéu), já credenciado para o Mundial na Rússia.

O outro, porém, depende de Óscar Tabarez, técnico da seleção uruguaia. Trata-se de Lucas Torreira, volante da Sampdoria que busca uma vaga para disputar a Copa.

Torreira – o filho – vestiu a camisa celeste na categoria sub-17 entre 2013 e 2014, mas jamais foi convocado para a equipe principal. Revelado pelas categorias de base do Montevideo Wanderers, onde atuava como meia, transferiu-se aos 18 anos para o futebol italiano. Lá, como segundo volante, defendeu o Pescara entre 2014 e 2016, antes de se transferir para a Sampdoria.

No time de Gênova, passou a viver grande fase, a ponto de ser chamado pelo jornal italiano Corriere della Sera como “uma das pérolas mais preciosas” do Campeonato Italiano. Disputou 26 jogos na temporada 2017/2018, sendo 24 pela Serie A da Itália, e marcou quatro gols. A equipe ocupa a sexta colocação da competição nacional, com 41 pontos em 24 rodadas, e briga por vagas na Liga Europa 2018/2019.

Torreira no Uruguai - Reprodução - Reprodução
Jornal El Observador dá destaque à disputa por vagas na seleção do Uruguai; Torreira está na briga
Imagem: Reprodução
No Uruguai, a possibilidade de uma convocação do volante ganhou força desde 2017. Segundo o Referi, suplemento esportivo do jornal El Observador, “existe um grande clamor popular para que o convoquem”. A publicação descreve o jogador como “grande recuperador de bola”.

Entre os companheiros, uma primeira convocação seria bem-vinda. “É um jogador a quem vai fazer bem a seleção, e espero que logo esteja dividindo com o grupo o que é”, descreveu Gastón Ramírez, meia-atacante da Sampdoria e da seleção uruguaia, ao Ovación, suplemento esportivo do jornal El Pais. “Ele está vivendo (a possibilidade de uma convocação) de forma muito especial. Mais ainda quando todo mundo fala disso e perguntam a ele por que não é chamado. É um menino muito humilde e merece tudo”, completou.

A única chance de Lucas Torreira é o amistoso entre Uruguai e República Tcheca, no dia 23 de março, em Nanning (China). Será o último compromisso da equipe comandada por Óscar Tabarez antes da Copa de 2018. Será que, enfim, a chance chega?

“É a pergunta de um milhão no Uruguai”, brinca Sebastián Amaya, jornalista do Referi, ao UOL Esporte. “Espera-se que Tabarez o convoque pela primeira vez para o jogo que o Uruguai fará na China para observá-lo. Por aqui, há muita expectativa de que vá à Rússia, mas é preciso ver o que Tabarez decidirá.”

O volante espera convencer o treinador a ganhar uma chance até lá – sem, porém, perder a tranquilidade. “Estou muito animado. Quero continuar por este caminho, porque sei que, assim, a convocação vai chegar em algum momento”, contou o jogador, em entrevista no início de fevereiro à rádio uruguaia Océano FM. O jogador ainda relembrou o diálogo que teve com o pai a respeito da presença de ambos no Mundial de 2018.

“Meu papai segue trabalhando como narrador. Faz alguns dias que me confirmou que chegou a resposta positiva sobre seu credenciamento para que vá à Copa para transmitir os jogos do Uruguai. Ele me disse que tínhamos que ir nós dois. ‘Agora é contigo’, me falou”, completou o volante, que comprou um açougue à família em Fray Bentos com os salários ganhos na Itália.

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