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Estará Tite se tornando o novo Luxemburgo?

Tite é chegado mesmo numa poupança. Contra o Botafogo, o Flamengo entrou com todos os seus titulares e, uma vez mais, o poupado foi o futebol rubro-negro. Que nem quando teve certa superioridade, nos 45 minutos iniciais do clássico, se mostrou capaz de disparar um chute certo na baliza do goleiro alvinegro John, que se tivesse jogado de smoking branco, teria deixado o gramado impecável.

Passado o Me Engana Que Eu Gosto que foi o Carioquinha, a intransponível defesa rubro-negra tornou-se uma peneira (sofreu 7 gols em 7 partidas); o trio de meio-campo mágico perdeu o encantamento e o ataque dos pontinhas se transformou num ataque de riso.

Levando-se em consideração apenas os jogos das competições que realmente interessam, o Brasileiro e a Libertadores, o aproveitamento do treinador rubro-negro é de medíocres 52,3% (em sete partidas, conquistou somente 11 dos 21 pontos em disputa).

O mais grave, entretanto, nem são os números, mas o deserto de ideias que o Flamengo mostra, uma rodada após a outra. Flertando abertamente com o jogo posicional, o esquema de Tite tem como principais jogadas chutões pra frente, do goleiro Rossi ou dos zagueiros Fabrício Bruno e Léo Pereira, e incontáveis cruzamentos altos sobre a área - na maioria das vezes a esmo.

É muito pouco para um técnico que já foi, com justiça, considerado o melhor do país, após dois títulos brasileiros, uma Libertadores e um Mundial, pelo Corinthians. A sensação que fica é que sua passagem pela seleção e as duas Copas que disputou, e perdeu, fizeram com que se perdesse taticamente e até no relacionamento com os jogadores.

Há quem já o compare a Vanderlei Luxemburgo que, igualmente, ganhou muito e era visto como melhor do país, mas parou no tempo e no espaço e hoje nem uma sombra do que foi consegue ser.

Em tempo: nenhum dos muitos poupados da viagem a La Paz jogou bulhufas contra o Botafogo. O único rubro-negro que esteve bem foi Nicolas De La Cruz. Que jogou na altitude...

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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