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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

RMP: Belas estreias de Paulo Sousa e Marinho, em noite de Vitinho

03/02/2022 01h14Atualizada em 03/02/2022 01h14

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Desde Jorge Jesus não se via um Flamengo tão bem organizado em campo. Bem diferente do que era em 2019, importante registrar. E a esta altura (após o fracasso de três dos sucessores do "Mister") isso é uma boa notícia para os rubro-negros. Na estreia de Paulo Sousa, ainda que com uma equipe mista, o rubro-negro sabia exatamente o que fazer em campo. Algo mais importante até do que a vitória por 3 a 0 sobre o Boavista, com ótima estreia de Marinho e exibição de gala de Vitinho, o melhor em campo, autor dos passes para os três gols da partida.

Fiel às próprias convicções, Sousa armou o time com três zagueiros (Gustavo Henrique, Noga e Cleiton), dois alas (Matheusinho e Renê), dois volantes (João Gomes e Thiago Maia) e três atacantes (Marinho, Pedro e Vitinho). Tudo funcionou às mil maravilhas? Não. Mas a notável disposição para brigar por cada bola perdida (muitas vezes com três jogadores em cima do adversário que a tinha nos pés) e a disciplinada obediência tática fez com que a defesa praticamente não fosse ameaçada, o meio-campo, mesmo sem um armador típico, evoluísse razoavelmente bem e o ataque criasse inúmeras boas oportunidades de gol - Pedro e Gabigol marcaram, um cada um, mas perderam pelo menos três gols cada.

Diante da excelente atuação de Vitinho e da bela estreia de Marinho (além do gol, criou vários outros lances ofensivos de perigo), restou a pergunta que não quer calar: faz o sentido o Flamengo seguir buscando mais um atacante? Não seria melhor investir em zagueiros? Pelo menos dois de boa qualidade? E um goleiro, já que Diego Alves volta a ter problemas físicos, após uma temporada cheia de passagens pelo departamento médico?

Fato é que Sousa surpreendeu na escalação e foi bem nas substituições (percebeu que Renê como ala era um desastre e teve boa sacada ao usar Éverton Ribeiro em seu lugar), mostrando que vê bem o que acontece à sua frente - ao contrário de seus antecessores. Sua entrevista pós-jogo foi também animadora, analisando com clareza o que viu em campo e fazendo observações pertinentes até mesmo em relação a jogadores que se destacaram, como Marinho, de quem elogiou os primeiros 30 minutos, mas fez ressalvas a algumas ações precipitadas.

Vem aí o Fla-Flu e o primeiro grande teste do "novo Mister". A escalação do rubro-negro será um mistério, creio eu, só revelado na hora da partida. (Marinho e Vitinho continuam como titulares? E Arrascaeta e Bruno Henrique, onde entrarão?) Sousa, sim, busca uma formação ideal. Mas ainda é cedo para que ela se defina e nem sempre ela será utilizada, dependendo das exigências do calendário e das características do adversário.

O sucesso do português está longe de ser garantido. Mas que seu início parece bem promissor, parece. A conferir.