Endrick reserva só pode ser pegadinha de Dorival
Deve ser pegadinha. Só pode. Não dá para levar a sério as informações que vêm dos EUA, dando conta de que, apesar de tudo que já fez na seleção brasileira sob o comando de Dorival Júnior (três gols em três partidas), Endrick continuará a ser reserva, porque o treinador acha que "é preciso ter calma com ele" e também porque não quer abrir mão de Raphinha na ponta-direita, com Rodrygo jogando mais pelo meio.
Caso isso se perpetre, o técnico entrará naquele triste rol dos treinadores que custaram muito para enxergar o óbvio, ainda que alguns tenham tido finais felizes, quando reconheceram que estavam errados: o caso mais emblemático é do Parreira, com Romário, nas eliminatórias para a Copa de 1994, onde o Brasil conquistou o tetra.
Fenômeno semelhante, mas com desfecho infeliz, se deu com Tite e Vinícius Jr., talvez como castigo pelo técnico ter demorado tanto a convoca-lo e, pior, o retirado de campo, aos 18 minutos do segundo tempo da partida contra a Croácia, na última Copa. Já dizia o saudoso poeta Armando Nogueira: Deus castiga a quem o craque fustiga.
No grupo atual da seleção há apenas três jogadores com talento muito acima da média: Rodrygo, Endrick e Vini Jr. É o óbvio ululante que devem formar a linha de ataque brasileira na próxima Copa América e, muito provavelmente, também no Mundial vindouro.
Escolha os outros oito ao seu bel-prazer, Dorival. Mas não fustigue os craques. Deus castiga.
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