Rafael Reis

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Pela 1ª vez em 60 anos, Brasil pode ter ano com mais derrotas que vitórias

Pela primeira vez em seis décadas, a seleção brasileira corre risco de fechar um ano com mais derrotas do que vitórias.

A menos que interrompa sua série de resultados ruins (empate em casa com a Venezuela e derrotas como visitante para Uruguai e Colômbia, todos pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2026) e consiga bater a atual campeã mundial, Argentina, terça-feira, no Maracanã, o time da CBF atingirá uma marca histórica... no pior sentido possível.

Em 57 dos últimos 59 anos, o Brasil venceu mais do que perdeu. Em 1984 e 2001, houve empate no número de jogos que valeram três e zero pontos. E, para encontrar uma temporada em que a equipe canarinho ficou "no vermelho", é preciso retornar aos tempos que a seleção ainda era bicampeã mundial.

Ano para esquecer

Entre amistosos e compromissos das eliminatórias, a equipe canarinho já foi a campo oito vezes neste ano. Seu retrospecto é de três vitórias, um empate e nada menos que quatro derrotas.

Enquanto era comandada pelo interino Ramón Menezes, a seleção perdeu dois dos três jogos que disputou, contra Marrocos e Senegal, duas das principais forças do futebol africano. A única vitória foi conquistada sobre o bem menos tradicional Guiné.

Os resultados não melhoraram muito depois que Fernando Diniz assumiu o cargo (a princípio, só até o fim do contrato de Carlo Ancelotti com o Real Madrid, em junho de 2024). Com o novo treinador, o Brasil até venceu Bolívia e Peru nas duas primeiras rodadas do qualificatório. Mas, na sequência, emendou a sequência de tropeços atual.

E como foi em 1963?

Sessenta anos atrás, o Brasil teve uma temporada para ser esquecida logo depois de conquistar pela segunda vez a Copa do Mundo.

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Em 1963, os recém-campeões do torneio mais importante do planeta perderam oito dos 18 jogos oficiais que disputaram (também tiveram sete vitórias e três empates).

Mas, diferente de agora, a seleção disputou boa parte dos seus compromissos com uma equipe alternativa. Pelé, Coutinho, Zito e cia. só participaram de uma pesada série de amistosos jogada entre os meses de abril e maio (enfrentaram Alemanha, Inglaterra, Itália, Holanda e França, entre outros).

Na Copa América daquele ano, o Brasil foi representado por um time B, sem nenhum campeão mundial. O resultado foi bem decepcionante: a equipe perdeu para Paraguai, Argentina e Bolívia e terminou a competição no quarto lugar.

Risco de não ir à Copa?

Apesar da sequência de tropeços, o Brasil ainda está dentro da zona de classificação para a Copa-2026. A equipe canarinho ocupa a quinta colocação das eliminatórias, com sete pontos conquistados, dois a mais que Equador, Paraguai e Chile, que aparecem logo na sequência.

Com a ampliação no número de participantes do Mundial, a América do Sul tem agora direito a seis vagas diretas para o torneio. O sétimo colocado do qualificatório ainda participará de uma repescagem global contra adversários de outros continentes.

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A próxima Copa, que será organizada em conjunto por Canadá, Estados Unidos e México, será a primeira da história com a participação de 48 seleções. Entre a França-1998 e o Qatar-2022, a competição teve o mesmo formato de disputa, com a presença de 32 equipes.

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