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ReportagemEsporte

Para Mano e seu estafe, Corinthians perdeu tempo com sonhos da diretoria

Mano Menezes e seu estafe deixam o Corinthians com o sentimento de que o clube perdeu tempo sonhando com as contratações de grandes nomes. Elas não deram certo e a reformulação do time sofreu atrasos. O entendimento é de que esse cenário afetou o trabalho do treinador e dos jogadores.

O ataque é o principal exemplo. O presidente Augusto Melo e Rubens Gomes, o Rubão, diretor de futebol, sonharam com nomes como Gabigol e Michael. Em vez deles, veio Pedro Raul, que estreou no último domingo (4), na derrota por 3 a 1 para o Novorizontino.

A avaliação é de que o ex-atacante do Toluca poderia ter sido alvo do Alvinegro antes e já estar mais adaptado ao time se os planos iniciais da direção fossem mais modestos.

Outro nome para o ataque, que sempre foi considerado difícil, mas que a diretoria corintiana tentou, foi Luiz Henrique. Ele acabou fechando com o Botafogo. A SAF controlada por John Textor topou pagar cerca de R$ 106,6 milhões, incluindo metas e bônus, pelo ex-jogador do Fluminense. O valor está fora do alcance do Corinthians.

A tentativa de trazer jogadores caros mostra uma diferença na ideia de reconstrução do time entre a diretoria, o treinador e seu estafe. Do lado do técnico era considerado mais prudente manter os pés no chão e partir logo para negociações menos difíceis em vez de anunciar para a torcida o desejo de trazer grandes nomes e prometer um time para ganhar tudo, aumentando a pressão sobre elenco e comissão técnica.

"Foi dada ao torcedor uma expectativa muito grande, temos que atender. Se não [atendermos], vem a frustração e é um dos piores sentimentos que tem", falou o treinador em entrevista coletiva após a derrota para o Ituano.

Também houve pensamento diferente em relação a jogadores que estavam no elenco.

Mano defendia, por exemplo, a permanência de Giuliano. O meia era considerado importante para ajudar o time a ter a bola no meio de campo. Sua experiência também era vista como valiosa na reformulação.

Para a diretoria, porém, o meio-campista era incapaz de dar a velocidade que o time precisava. Seu contrato não foi renovado. Hoje, Giuliano se destaca no Santos, que enfrenta o Corinthians na próxima quarta.

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Outro caso é o de Matías Rojas. A comissão técnica o considerava negociável. A direção, no entanto, apostava em sua recuperação.

Quando Garro foi contratado, Mano acreditou que o setor de criação teria um ganho significativo. No entanto, dificuldades para inscrever o meia fizeram com que ele não pudesse estrear antes de o técnico ser demitido após a Gaviões da Fiel pedir a sua queda na Neo Química Arena, no último domingo.

Na direção, o discurso é de que todos os jogadores foram contratados a partir da análise estatística de seus desempenhos e com aprovação de Mano. Pedro Raul foi sugerido pelo técnico.

A coluna tentou contato com a assessoria de imprensa de Mano enviando mensagem para o perfil do técnico no Instagram, mas não obteve resposta. Por sua vez, Rubão não quis dar declarações.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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