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OPINIÃO

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Perrone: Escolhas arriscadas de Tite preocupam mais do que derrota

Tite, técnico da seleção brasileira, na partida contra Camarões pela Copa do Mundo - Pablo Morano/BSR Agency/Getty Images
Tite, técnico da seleção brasileira, na partida contra Camarões pela Copa do Mundo Imagem: Pablo Morano/BSR Agency/Getty Images

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03/12/2022 10h48

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A derrota por 1 a 0 para Camarões, na última sexta (2), no encerramento da fase de grupos da Copa do Catar, não é o grande problema da seleção brasileira. O que mais preocupa é a quantidade de decisões arriscadas que Tite tem tomado.

O comportamento do treinador até aqui nos leva a acreditar que mais escolhas com grande potencial de erro podem acontecer. Quanto maior o risco, claro, maior a chance de algo sair errado.

Tite já assumiu grandes riscos quando decidiu não fazer amistoso às vésperas do Mundial, ao convocar Daniel Alves e ao escalar reservas contra Camarões.

Ao não fazer jogo amistoso para ajustar o time antes da estreia, a seleção brasileira foi na contramão de muitos de seus rivais na briga pelo título. Assim, antes de atuar no Qatar, o Brasil tinha feito seu último jogo em 27 de setembro, contra a Tunísia.

A comissão técnica entendeu que seria melhor não jogar amistoso para evitar o risco de lesões. Por outro lado, deixou o fantasma da falta de ritmo rondar a seleção.

Outra decisão arriscada de Tite foi a convocação de Daniel Alves, um veterano que está longe de seu auge e disputa pelo Pumas uma liga que não está entre as mais fortes do mundo.

Logo na primeira partida, contra a Sérvia, o lateral direito Danilo se machucou. Em vez de escalar Dani, o treinador preferiu colocar o zagueiro Éder Militão na lateral contra a Suíça.

A escalação de Daniel Alves só rolou contra Camarões, quando Tite fez mais uma opção arriscada ao escalar só reservas para começar a partida.

Havia o risco de jogar com um time desentrosado, perder o jogo e a liderança do grupo. E o Brasil perdeu por 1 a 0, mas se classificou em primeiro.

O resultado faz com que até a partida pelas oitavas de final, contra a Coreia do Sul, na segunda, jogadores e técnico tenham que conviver com perguntas relacionadas à derrota. Foi criada uma pressão, apesar do primeiro lugar na fase de grupos.
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Tite poderia, por exemplo, ter poupado apenas parte dos titulares, mandando a campo contra Camarões uma equipe mais forte e entrosada. Hoje sabemos que sua escolha não foi a melhor.

Nesse cenário é legítimo ficar ressabiado com as decisões do treinador e temer um eventual novo passo em falso dado por ele. Só que, a partir de agora, com jogos eliminatórios, a chance de erros resultarem em volta antecipada para casa são maiores.