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Fala de Andrés sobre montagem de 'timinho' é usada em recurso da oposição

Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em 2020 - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em 2020 Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

29/07/2021 04h00

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Conselheiros de oposição no Corinthians encaminharam na última terça (26) ao presidente do Conselho Deliberativo, Alexandre Husni, recurso contra arquivamento de representação que visa tornar Andrés Sanchez inelegível por dez anos.

Como revelou o blog, a Comissão de Ética e Disciplina do órgão arquivou pedido para a realização de assembleia de sócios com o objetivo de decidir se Andrés ficará inelegível por dez anos na agremiação.

No recurso, os opositores voltam a pedir a marcação da assembleia sobre a inelegibilidade do ex-presidente.

Os conselheiros também solicitam que, caso o entendimento seja divergente em relação ao pedido, que o tema seja votado no plenário do conselho em primeira instância, com decisão final na assembleia dos sócios.

Em caso de punição ao ex-presidente, o clube poderia acioná-lo na Justiça para pedir a reparação de eventuais prejuízos financeiros.

A defesa de Andrés nega que tenha ocorrido gestão temerária ou irregular, culpa grave e dolo.

A reprovação das contas de 2019, na gestão de Andrés, deu origem ao pedido. Também foi alegada prática de gestão irregular ou temerária por parte de Sanchez.

A Comissão de Ética e Disciplina instaurou um procedimento, mas optou pelo arquivamento alegando que não foi comprovada gestão temerária ou irregular nem culpa grave ou dolo por parte de Andrés.

No recurso, os conselheiros afirmam que a Comissão de Ética não têm competência para julgar o caso e pedem que seja declarada a nulidade da decisão.

Trecho do novo documento produzido pelos opositores cita contratações feitas por Andrés ao tratar de gestão temerária.

"Entretanto, apesar do discurso perante os seus pares do Conselho Deliberativo na reunião de agosto de 2019, onde já se denotava clara preocupação com as finanças do clube, na prática a gestão do ex-presidente Andrés Navarro Sanchez se mostrou completamente diferente. Sem perder de vista a expressiva quantidade de jogadores que já haviam sido contratados ainda no ano de 2019, antes do discurso no CD (Conselho Deliberativo), tais como: zagueiros Danilo Avelar, Bruno Méndez, Gil e Manoel; volantes: Thiaguinho, Júnior Urso, Matheus Jesus, Ramiro e Richard; meias Régis e Sornoza; atacantes André Luiz, Everaldo, Mauro Boselli e Vagner Love. Em 2020 o Corinthians fechou o ano com mais 13 contratações para o elenco profissional de futebol: Cantillo, Cazares, Davó, Ederson, Fábio Santos, Jemerson, Jô, Jonathan Cafú, Léo Natel, Luan, Otero, Sidcley e Yony González", escreveram os opositores.

Um elogio feito por Sanchez a Duilio Monteiro Alvez, atual presidente do Corinthians, em reunião do Conselho em 27 de abril deste ano, foi usado no recurso para sustentar que houve culpa grave por parte do ex-dirigente.

"Aliás, chama a atenção a seguinte explanação do representado (Sanchez) na supracitada reunião do Conselho Deliberativo: 'E dar parabéns ao Duilio, que agora está fazendo aqui o que eu não tive coragem de fazer, que é não contratar jogador para ter timinho, como dizem , que é um timinho'. Essa é uma confissão tácita de culpa grave", escreveram os conselheiros.

Andrés não fala com o blog, por isso não foi possível ouvi-lo.