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Mauro Cezar Pereira

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Filantropia como ferramenta pela própria imagem e a alienação dos boleiros

Presidente Jair Bolsonaro levanta taça da Libertadores com jogadores do Flamengo - Reprodução Twitter Flávio Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro levanta taça da Libertadores com jogadores do Flamengo Imagem: Reprodução Twitter Flávio Bolsonaro

Mauro Cezar

02/11/2022 09h47

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Fazer filantropia é bom até para quem, no fundo, não se importa tanto com o próximo. Quer apenas manter seres humanos ao seu dispor na chamada hierarquia social.

De grandes empresas a clubes e astros do esporte e da música, não são poucos os que têm um braço voltado às ações sociais. Faz bem para a imagem, né?

A pessoa oferece aos menos favorecidos alguns presentinhos, uma comidinha e conquista a gratidão do pobre. Mas quer vê-lo para sempre... pobre.

Por que se o pobre segue pobre, continua serviçal, a depender do rico, ou do metido a rico. Do cidadão classe média, ou que pensa a ela pertencer.

O país mudará de cara após as eleições de domingo. Incrível a reação dos muitos jogadores que apoiaram o presidente que acabou sendo varrido nas urnas.

Isso após uma catastrófica gestão que, entre outros absurdos, trouxe brasileiros de volta à linha da miséria. A fome está nas ruas, nos sinais de trânsito. Dá para ver até de dentro da Range Rover.

Não são poucos os boleiros que, no passado, tinham no futebol sua única chance de ascenção social. Nesse momento parecem esquecer a própria história.

Muitos ignoram o fato de pobres, como tantos deles já foram, só terem recebido oportunidades quando o vencedor de domingo chegou à presidência. Já esqueceram?

Assim, agem como o cidadão alienado que, de amarelo, circula protestando por aí. Por ignorância, por detestar a democracia, por não entender o entorno, por ser facilmente influenciado pelos patrões.

Os tais patrões que desejam ver os pobres sempre disponíveis, dependendo do que dão a eles. Mesmo pagando bem menos do que realmente poderiam oferecer em matéria de salário. Algo digno.

Para essa casta que ocupa posições elevadas na hierarquia social funciona assim E quando for preciso melhorar a imagem, basta fazer filantropia. Sai barato e faz bem ao ego. Afinal, o que realmente os interessa é manter tudo como está.