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Marcel Rizzo

Diretor diz que Conmebol não vê problema de Libertadores terminar em 2021

Grêmio e Inter fizeram último jogo com torcida da Libertadores 2020 diante de 53 mil pessoas. Depois torneio parou - Fotos de: Lucas Uebel/Grêmio FBPA e Ricardo Duarte/SC Internacional
Grêmio e Inter fizeram último jogo com torcida da Libertadores 2020 diante de 53 mil pessoas. Depois torneio parou Imagem: Fotos de: Lucas Uebel/Grêmio FBPA e Ricardo Duarte/SC Internacional

Colunista do UOL

26/06/2020 04h00

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A Conmebol não vê problema em estender a Libertadores e a Sul-Americana para o início de 2021. Em entrevista ao blog, o diretor de competições de clubes da confederação sul-americana, Frederico Nantes, disse que a entidade não descarta cenários e que adiar as finais é um deles.

"Estamos enfrentando uma situação excepcional em que teremos que considerar todas as opções possíveis com seus prós e contras. Seja qual for a decisão tomada, a Conmebol sempre garantirá o retorno seguro do futebol para todos. Não haverá nenhum problema se tivermos que postergar as finais, inclusive para o início do próximo ano se for necessário", disse Nantes.

A Libertadores e a Sul-Americana estão paralisadas desde março de 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus e, hoje, não há data prevista para recomeçarem. Em entrevista à rádio argentina Rivadavia, na semana passada, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, descartou que os torneios voltem antes de setembro. Isso torna praticamente impossível terminar as competições em novembro, como previsto.

O cenário mais provável, portanto, é de estender a Libertadores e a Sul-Americana para janeiro e até fevereiro de 2021, dependendo de como estará o calendário nacional dos filiados, como o andamento do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil no caso da CBF.

Fazer como a Uefa (União Europeia de Futebol), que definirá sua Liga dos Campeões em uma sede única, Lisboa, não está nos planos da Conmebol neste momento.

"São situações diferentes em termos de fase do torneio e o momento do calendário esportivo da Europa. Como eu estava dizendo, atualmente estamos avaliando diferentes opções, mas tudo dependerá da evolução do vírus nos próximos meses em cada um dos países. Especificamente nesse caso, não existe nenhum estudo nesse sentido de fazer os dois torneios em sede única. Se consideramos os dois torneios, são 64 equipes disputando", disse Nantes.

Há preocupação na Conmebol com o cenário diferente com relação à pandemia em cada país da América do Sul. Enquanto alguns países atravessam melhor, como Paraguai, Uruguai e Argentina, outros estão piores, como Chile, Peru e, claro, o Brasil, que já tem mais de 1,2 milhão de casos e de 54 mil mortos. É nebuloso quando e como serão liberadas as fronteiras.

"Nesse sentido, a Conmebol trabalhou em conjunto com especialistas epidemiológicos em dois documentos, como o Protocolo de Recomendações Médicas para Treinamento, Viagens e Competições e o Manual Operacional de Chegadas e Partidas nos Aeroportos que foram compartilhados com diferentes países das associações membro e, portanto, trabalham em um documento de base comum", disse Nantes.

Nesses documentos há, por exemplo, a recomendação de que quando os jogos voltarem os times utilizem voos fretados e não comerciais, o que pode gerar desigualdade em um continente que tem times ricos em países como Brasil e Argentina e pobres em outros, como Bolívia e Venezuela.

"A questão dos voos charters [fretados] é uma recomendação e não uma obrigação segundo os próprios especialistas que preparam o documento. Atualmente em torno de 60% a 70% das delegações utilizam voo charter para seus jogos. A Conmebol, desde o primeiro momento deste alerta de saúde, demonstrou seu compromisso com todo o futebol sul-americano de reduzir o máximo possível o impacto econômico dessa situação nas associações e clubes membros. Nesse sentido já foram transferidos US$ 85 milhões para as associações", disse Nantes.

A Libertadores tem final em jogo único marcada para 21 de novembro, no Maracanã. A da Sul-Americana está agendada para 9 de novembro, em Córdoba, na Argentina. Além de serem adiadas, elas podem também mudar de sede, caso os locais previamente marcados estejam com índices altos de casos e mortes por covid-19.

A Conmebol não discutiu ainda o que faria se, por exemplo, cancelasse a final no Maracanã e mudasse a sede. A Uefa fez isso com a Liga dos Campeões desse ano, tirando de Istambul e levando a Lisboa, mas garantiu aos turcos a decisão da próxima edição, em 2021. Não é certo que o Rio receberia o jogo no ano que vem, até porque a Conmebol vai decidir em 2020 as sedes de suas finais únicas de 2021 a 2023.