Carta a Zé Trajano
POR HUMBERTO MIRANDA*
O Zé está de volta, mas por onde ele andou nesse meio tempo?
Será que entrou nas estórias de seus livros e por lá ficou dando um tempo?
Será que ainda estava Procurando Mônica em Rios das Flores?
Talvez tenha parado para colher as flores do rio e as cores do Rio...
Será que foi reviver aquela fusão fundamental e escrachada entre o time e a cidade no imaginário de Tijucamérica?
Talvez tenha parado em frente à praça Saens Pena e ao campo da Rua Campos Sales para incluir a ti, Juca, naqueles lugares...
Será que seguiu para o Colégio São Bento para reunir e reviver os amigos, os camaradas de Os Beneditinos?
Talvez tenha parado diantes lembranças queridas sobre um tempo duro em que, para levar "a vida entre os dentes", era preciso ter time no coração e perseguir destinos...
Será que foi se reinventar real, místico e amante da vida na companhia cativante de uma figura humana íntima com Aqueles Olhos Verdes imensos?
Talvez tenha parado por um instante para ouvir a canção Kalu, cantada por Dalva de Oliveira, querendo, como eu, um pouco ver com verdes olhares o viver...
O Zé é de tantos lugares que nos faz abrir o coração e esquentar as mãos no desejo de permanecer casto à sua grande amizade, mesmo que imaginária.
O "parei" de Zé Trajano é essa mobilização de sentimentos, encantos e desencantos que nos percorre quando abraçamos a vida, vivida amorosamente.
Seus livros nos deixam apaixonados por sua figura humana. Dá vontade de reunir seus "personagens" e dizer: ninguém larga a mão do Zé Trajano!
Após sua volta, parei, Trajano.
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*Humberto Miranda é professor de Economia na UNICAMP.
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