Juca Kfouri

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Reportagem

Endrick entra tarde e Romero classifica o Boca para o hepta

Eram 23 minutos de jogo sem nenhuma finalização do Boca Juniors e pressão estéril do Palmeiras na casa alviverde, com 40 mil torcedores.

Bola esticada por Fabra, indecisão de Zé Rafael ao não cortar, Merentiel, emprestado pelo Alviverde, parte para cima de Gustavo Gómez, ganha dele e cruza rasteiro pela esquerda para o uruguaio Edinson Cavani entrar de carrinho e fazer 1 a 0. Epa!

Se o Boca queria o empate, a vantagem no primeiro quarto do clássico era um presentaço.

Se a cafajestagem feita pela madrugada no hotel dos xeneizes com foguetório tinha a intenção de não deixá-los dormir, eis que eles estavam bem acordados.

A cantoria entusiasmada do começo do jogo virou cantochão.

Havia muito tempo para reação, mas o Palmeiras estava devagar e seus arremates morriam no ônibus azul e amarelo argentino.

Abel Ferreira andava para lá e para cá comedido, quem sabe se decidindo a botar Endrick para incendiar a partida disputada em câmera lenta, porque a insistência com Mayke e Marcos Rocha era mal-sucedida, como tem sido nos últimos jogos.

O Boca picava o andamento do prélio o quanto podia, sereno, sério, experiente, ao fazer valer a camisa hexacampeã, mesmo em um de seus times mais fracos dos últimos tempos.

O menino ruivo Valentín Barco, 19 anos, subiu na bola com os dois pés como Soteldo, contra o Vasco, e Rapahel Veiga pegou Advíncula para levar o terceiro cartão amarelo palmeirense, pois Rony e Gustavo Gómez já estavam amarelados.

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Os brasileiros se mostravam evidentemente nervosos e os argentinos se aproveitavam.

O intervalo chegou sem que o Alviverde criasse uma verdadeira oportunidade de gol e, novamente, comparar Palmeiras x Boca com Inter x Fluminense seria covardia.

Para o segundo tempo, o óbvio: saíram Artur, desaparecido, e Marcos Rocha, redundante, para Kevin e Endrick jogarem, como AQUI pedido mais cedo. Se daria certo, com desvantagem no placar, é o que veríamos. Ou não.

O veterano Marcos Rojo, 33, encarou Endrick, 17, e o menino devolveu a encarada.

O Palmeiras dava sinais de que ressuscitava e o Boca mandava bola para o mato.

A torcida também reaparecia.

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Aos 55, Merentiel saiu e Valdez entrou.

Aos 58, Endrick fez ótima jogada e deixou Mayke na cara de Romero que fez sua primeira defesa difícil.

Em 13 minutos o garoto fez muito mais que Artur em todo o primeiro tempo. Incrível que Abel não soubesse disso. Como se vê, até os bons treinadores têm suas teimosias e esquisitices.

Só dava Verdão na casa verde, mas o Boca é da terra do tango, sabe sofrer.

Aos 65, o capitão Rojo pegou Kevin e levou o segundo cartão amarelo para deixar o Boca com dez.

Flaco López no lugar de Gabriel Menino imediatamente e Nicolás Valentini no lugar de Valentín Barco, enorme prejuízo.

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O gol era iminente e Rony cabeceou para Romero fazer nova defesaça.

Em seguida, o uruguaio Piquerez arriscou forte do meio da rua e Romero aceitou, talvez por ter uma porção de pernas à frente: 1 a 1!

Os meninos Kevin e Endrick incendiaram o clássico e não há por que temer botá-los em campo.

Abel apreendeu e ainda pôs Luiz Guilherme e Fabinho nos lugares de Mayke e Zé Rafael, aos 77.

A virada parecia questão de tempo enquanto o Boca continuava apostando no empate que veio buscar em São Paulo. E catimbava, catimbava e catimbava.

E o assoprador de apito uruguaio deu apenas cinco minutos de acréscimos.

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Teríamos pênaltis para decidir quem irá ao Maracanã enfrentar o Fluminense invicto como mandante em 2023, em 19 jogos, seis pela Libertadores?

Quase não, porque Rony deu bicicleta que Romero pegou e ainda desarmou Endrick no rebote.

Romero pegou 30% dos pênaltis contra ele na carreira e Weverton, 15%.

Dos últimos 19, o argentino pegou dez.

Mas hoje é hoje, dane-se o passado.

Abel Ferreira nem quis ver e foi para o vestiário.

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Cavani, o autor do gol, bateu e Weverton pegou!

Raphael Veiga bateu e Romero pegou.

Valdez fez 1 a 0.

Gustavo Gómez bateu mal e Romero pegou.

Valentini fez 2 a 0.

Kevin fez 1 a 2, o menino.

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O Boca fez 3 a 1.

Piquerez bateu e fez 2 a 3.

Fernandez classificou o Boca.

O sonho do tetra foi-se, o ambicionado Mundial não virá neste ano e Abel Ferreira errou ao não escalar Endrick desde o início.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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